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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2014 Kate Hewitt

© 2020 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Resgatada pelo xeque, n.º 1830 - agsoto 2020

Título original: Commanded by the Sheikh

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1348-489-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Epílogo

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Capítulo 1

 

 

 

 

 

– Preciso de ti, Olivia.

Olivia Ellis reprimiu rapidamente a explosão de sentimentos causada pelas palavras do xeque Aziz al Bakir. É claro que precisava dela. Precisava dela para lhe mudar os lençóis, abrilhantar a prata e manter a sua moradia de Paris imaculada.

Contudo, isso não explicava o que fazia ali, no palácio real de Kadar.

Há menos de oito horas, um dos homens do Aziz ordenara-lhe que o acompanhasse no jato real a Siyad, a capital de Kadar, onde Aziz acabara de subir ao trono.

Olivia fora contra a sua vontade, já que gostava da vida tranquila que tinha em Paris: De manhã, bebia café com a porteira da casa da frente. De tarde, cuidava das rosas do jardim. Era uma vida sem sobressaltos ou paixões, mas era dela e fazia-a feliz. Bastava-lhe isso e não desejava que mudasse.

– Porque precisa de mim, Majestade? – perguntou. Passara todo o voo para Kadar a pensar em argumentos para continuar em Paris. Precisava da segurança e do conforto da sua vida lá.

– Tendo em conta as circunstâncias, acho que devias chamar-me Aziz – indicou ele, com um sorriso encantador. No entanto, Olivia esforçou-se para não se deixar impressionar. Sempre observara o encanto de Aziz à distância, ouvira as suas palavras doces dirigidas às mulheres, apanhara a roupa interior caída na escada e servira café às mulheres que saíam da sua cama antes de tomar o pequeno-almoço, despenteadas e com os lábios inchados.

Considerava-se imune ao «cavalheiro playboy», como o chamavam na imprensa amarela. Era um oximoro, pensou, mas admitia que Aziz possuía um certo carisma.

– Muito bem, Aziz, porque precisas de mim?

Era muito bonito. Reconhecia-o como reconhecia que o David de Miguel Ângelo era uma escultura magnífica: Tratava-se simplesmente de uma apreciação da beleza inegável. De todos os modos, não restava nada no seu interior para sentir mais. Nem por Aziz nem por ninguém.

Observou o cabelo preto que lhe caía descuidadamente por cima da testa, os olhos cinzentos e os lábios carnudos que podiam curvar-se num sorriso sedutor.

Quanto ao seu corpo… Era poderoso, sem gordura, puro músculo.

Aziz voltou-se para a janela, virando-lhe parcialmente as costas. Olivia esperou.

– Estás há seis anos ao meu serviço, não é?

– É verdade.

– E estou muito contente com a tua dedicação.

Ela ficou tensa porque pensou que ia despedi-la: «Mas receio que já não precise de ti.»

– Fico contente, Majestade.

– Aziz, lembra-te.

– Tendo em conta a sua posição, não me parece adequado tratá-lo por tu.

– E se to ordenar através de um decreto? – Aziz virou-se e arqueou as sobrancelhas. Era evidente que gozava com ela.

– Se me ordenar, obedecerei, certamente.

– Sei que o farás. E é precisamente isso que preciso que faças hoje.

Olivia esperou, dominada pela inquietação. Porque precisava dela em Kadar? Não gostava de surpresas nem de incertezas. Passara seis anos a construir algo seguro, pequeno e aceitável e aterrorizava-a perdê-lo. Perder-se.

– Em Paris, fizeste um trabalho admirável em minha casa. Aqui, o teu trabalho será distinto, embora curto, e espero que sejas capaz de o levar a cabo.

Não sabia a que se referia, mas, se era curto, esperava poder voltar para Paris.

– Espero que sim, Majes… Aziz.

– Vês como aprendes depressa? – Aziz sorriu.

– Continuo sem entender o que faço aqui – observou ela, com um sorriso frio e profissional.

– Tudo a seu tempo – respondeu Aziz, antes de se dirigir para uma secretária de nogueira. Carregou num botão que havia num dos lados e, ao fim de uns segundos, bateram à porta.

– Entre – convidou Aziz. E entrou o mesmo homem que escoltara Olivia à sala.

– Majestade?

– O que te parece, Malik? Servirá?

Malik olhou para Olivia.

– O cabelo…

– Pode arranjar-se facilmente – indicou Aziz.

– Os olhos?

– Não são necessários.

– Tem a altura adequada – afirmou Malik, assentindo lentamente. – É discreta?

– Totalmente.

– Então, acho que pode ser uma possibilidade.

– É mais do que uma possibilidade, Malik. É uma necessidade. Vou dar uma conferência de imprensa dentro de uma hora.

– Uma hora… Não há tempo.

– Tem de haver. Sabes que não posso arriscar-me a deixar que aumente a instabilidade. – Olivia observou que a expressão de Aziz endurecia e que se transformava em alguém completamente diferente do playboy risonho e despreocupado que conhecia. – Neste momento, um rumor seria como um fósforo aceso. Poderia arder tudo.

– É verdade, Majestade. Vou começar os preparativos.

– Obrigado.

Malik foi-se embora e Olivia olhou para Aziz.

– O que é tudo isto?

– Desculpa-me por falar assim com o Malik. Suponho que a tua confusão tenha aumentado.

– Acertaste – queixou-se ela, incomodada com a forma como os dois homens tinham falado dela, como se fosse um objeto. Embora fosse a governanta de Aziz, não era uma posse e não ia permitir que outra pessoa voltasse a controlar o que fazia.

– Calma, Olivia. Tu e eu não teríamos continuado a falar se o Malik não te tivesse dado a sua aprovação.

– Para quê?

– Suponho que não conheças os termos do testamento do meu pai.

– Não, é claro que desconheço essa informação.

– Podia ter-se filtrado – indicou, encolhendo os ombros. – Houve rumores do que o testamento exige.

– Não faço caso aos rumores. – Nem sequer lia revistas cor-de-rosa.

– Sabes que fiquei noivo da Elena, a rainha de Tália?

– Claro. – O noivado fora anunciado na semana anterior. Olivia sabia que o casamento se celebraria em Kadar dentro de poucos dias.

– Talvez te tenhas perguntado porque ficámos noivos com tanta rapidez.

Olivia encolheu os ombros. Aziz era um playboy. Verificara-o devido às mulheres que trouxera para casa em Paris.

– Suponho que tenhas considerado necessário casar-te, agora que és xeque – comentou ela. Aziz deixou escapar uma gargalhada.

– Podia explicar-se assim. – Aziz voltou a olhar pela janela, cerrando os dentes. – O meu pai nunca estava de acordo com as minhas decisões – explicou, ao fim de uns segundos. – Nem comigo como pessoa. Suspeito que tenha imposto determinadas condições no seu testamento para que ficasse em Kadar e seguisse as velhas tradições. Ou talvez só quisesse castigar-me.

Apesar de falar como se se tratasse de algo agradável ou corriqueiro, Olivia observou uma expressão fria, ou talvez magoada, nos seus olhos.

– Que condições?

– Para continuar a ser xeque, tenho de me casar no prazo das seis semanas posteriores à morte do meu pai – informou, com amargura.

– Já passou mais de um mês.

– Exatamente, Olivia: Cinco semanas e quatro dias, para ser exato. E o meu casamento com a Elena foi marcado para depois de amanhã.

– Então, vais casar-te dentro do prazo e não haverá problemas.

– Mas há um problema grande: A Elena desapareceu.

– Desapareceu?

– Um insurgente raptou-a há dois dias.

Olivia conteve um grito e tentou recuperar a compostura.

– Não sabia que essas coisas continuavam a acontecer num país civilizado.

– Ficarias surpreendida com o que pode acontecer em qualquer país, quando se trata de poder, com os segredos que se guardam e as mentiras que se contam.

Nos seis anos que Olivia passara a trabalhar para Aziz, só parecia o que deixava ver na superfície: Um playboy encantador e despreocupado. Mas, naquele momento, Olivia teve a impressão de que tinha segredos. Um lado escuro.

E ela sabia tudo sobre ambas as coisas.

– Sabes onde esse… esse insurgente a tem?

– Em algum lugar do deserto, é o mais provável.

– Está à procura dela?

– Claro, com todos os meios ao meu alcance. Há cinco anos que não vinha a Kadar e, quando era criança, passava aqui o mínimo de tempo possível. O povo não me conhece. E, se não me conhecem, não serão leais até lhes provar o que valho, se é que consigo.

– A que te referes?

– Refiro-me a ser muito difícil encontrar a rainha no deserto. As tribos beduínas são leais ao sequestrador, por isso vão ajudá-lo. Portanto, até encontrar a Elena ou chegar a um acordo com quem a retém, tenho de avaliar outras possibilidades.

– Quais? – perguntou Olivia, embora tivesse a sensação horrível de que fazia parte das mesmas.

Aziz esboçou um sorriso radiante. Olivia sentiu que o seu corpo reagia de forma involuntária e observou-o não como o patrão nem como uma pessoa atraente, mas como um homem. Um homem desejável.

Reprimiu a surpresa devido a semelhante reação inadequada. Era, evidentemente, uma reação biológica e instintiva que não conseguia controlar. Achava que superara esse tipo de coisas, mas talvez o seu corpo não pensasse o mesmo.

– A que outras possibilidades te referes?

– É importante que ninguém saiba que a Elena desapareceu, porque isso aumentaria ainda mais a instabilidade em Kadar.

– Ainda mais?

– Algumas das tribos do deserto apoiam esse rebelde, o Khalil.

Olivia questionou-se quem seria Khalil.

– Porque o apoiam? Tu és o herdeiro legal.

– Obrigado pelo teu voto de confiança, mas receio que o assunto seja um pouco mais complicado.

Aziz voltou a falar num tom leve, mas ela não se deixou enganar.

– Porque é mais complicado? E o que tenho a ver com tudo isto?

– Como não posso tornar público que a minha noiva desapareceu – disse ele, olhando fixamente para ela –, preciso de outra pessoa.

Olivia sentiu-se como se a agarrassem pelo pescoço e apertassem. Durante uns segundos, não conseguiu respirar.

– Outra pessoa – repetiu.

– Sim, Olivia. Outra pessoa para ser a minha noiva.

– Mas…

– E é aí que intervéns – interrompeu Aziz, com um brilho risonho nos olhos. Observou-o, incrédula e horrorizada. – Preciso que sejas a minha noiva.