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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

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© 2002 Harlequin Books S.A.

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Culpável ou inocente, n.º 473 - novembro 2018

Título original: Tall, Dark…And Framed?

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1307-303-3

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

 

 

 

 

– Sebastian Wescott foi preso!

A notícia espalhou-se pelo Texas Cattleman’s Club como um incêndio em época de secas. Os rumores começaram a correr pelos salões, crescendo em intensidade até os membros do clube demonstrarem a sua indignação. Um selecto grupo não tardou em abandonar o jogo de póquer, que envolvia grandes quantias de dinheiro, para se retirar em direcção a um salão privado nas traseiras do clube. Ali, à porta fechada, tinham lugar sérias discussões.

Um recipiente em prata mantinha o café quente junto a um serviço de fina porcelana com o símbolo do clube. Os membros daquela instituição de elite não eram apenas conhecidos entre si. Poucas pessoas adivinhariam, pelo modesto exterior, que aquele clube era na verdade a fachada de um prestigiado grupo social dedicado a missões secretas. Consideravam-se a si mesmos mais do que amigos ou irmãos, dado que muitas vezes a vida de uns dependia dos outros.

O facto de Sebastian ter caído em desgraça foi um golpe para todos. O seu irmão, Dorian, parecia inconsolável, enquanto relatava os acontecimentos que culminaram na detenção. Não era segredo para ninguém que Dorian andava muito preocupado com Sebastian há já algumas semanas. A sua inquietação tinha até sido motivo de troça em mais de uma ocasião, chegando até a incomodar alguns dos membros. O clube era um local para onde se dirigiam ao fim de um duro dia de trabalho com o intuito de se descontraírem e não para se lamentarem com rumores estúpidos acerca de um dos membros. Não obstante, a preocupação de Dorian parecia ter fundamento.

– Se existisse alguma forma de ajudar o Sebastian sem comprometer o nome do clube… – lamentou-se William Bradford, o sócio de Sebastian na Westcott Oil Enterprises, preocupado não só com a empresa, mas também com o filho do seu velho amigo Jack Westcott.

– O Sebastian disse que estava numa viagem de negócios na noite em que o Eric Chambers foi assassinado, mas acho que se nega a proporcionar mais pistas ao seu advogado – interveio Dorian.

Dorian tinha sido aceite unanimemente como membro do clube há pouco tempo, perante a insistência do irmão. E, como tal, estava a par do tipo de operações ao qual o clube se dedicava, mas não conhecia os detalhes das missões que, por vezes, mantinham os membros longe do Texas por um prazo indeterminado de tempo.

Não seria Jason Windover, um agente da CIA reformado, quem explicaria a um novato que Sebastian costumava usar a desculpa de viagem de negócios para encobrir as suas missões. Desde o início que não simpatizava com Dorian e, infelizmente, o tempo não conseguira apagar essa primeira impressão. De facto, Jason mostrara-se renitente em aceitar Dorian como membro do clube e apenas cedera como especial favor a Sebastian. Jason negava-se a colocar em perigo uma longa amizade, por isso, colocara as suas reticências de lado e votara a favor sem pronunciar uma palavra. Era de supor que as suas desconfianças se devêssem ao seu passado como agente secreto. Observou Dorian naquele momento, nem ele nem ninguém teria duvidado da sinceridade dos seus sentimentos.

– Eu acho que o mínimo que podemos fazer por ele é pagar a fiança – sugeriu William Bradford sem se preocupar em esclarecer o mal-entendido de Dorian quanto ao paradeiro do seu irmão na noite do crime. – Tendo em conta a intensa inspecção a que se vêem submetidos os fundos da Wescott Oil Enterprises, não seria nada conveniente tocar num cêntimo sequer.

– Estás a sugerir que paguemos um milhão de dólares entre todos? – perguntou Dorian, atónito.

– Contem comigo – comentou Keith Owen, sem pestanejar, dono de uma prestigiada empresa de software.

– E comigo – afirmou o endinheirado Jason sem vacilar, disposto a fazer qualquer coisa pelo seu amigo.

Quando Dorian começou a balbuciar, incrédulo perante tanta generosidade, todos lhe asseguraram que, na realidade, não estavam a arriscar o seu dinheiro. Nenhum dos presentes acreditava na possibilidade de Sebastian poder fugir após a fiança paga. Ninguém duvidava da sua inocência. Dorian lamentou então:

– Desejava poder fazer mais alguma coisa! Gostaria de convencer o teimoso do meu irmão a deixar-me ajudá-lo. Bom, vocês sabem como é que ele é, nunca gostou de pedir ajuda. Prefere tratar de tudo sozinho em vez de aceitar o conselho de pessoas de mente serena e lúcida. Ultimamente, andava mais agressivo do que o normal. Senão o conhecesse, sentir-me-ia tentado a pensar que… – Dorian deteve-se a meio da frase, compreendendo que talvez estivesse a dizer mais do que devia. Mas, pelo menos, teve a decência de se mostrar envergonhado. – Desculpem, não devia falar assim. Ando tão preocupado que…

Ansioso por mudar de assunto, Jason interrompeu-o rapidamente, dizendo:

– Não precisas de te desculpar. Infelizmente, temos um assunto que não podemos ignorar. Tendo em conta o facto de que o organizador do baile anual de caridade do Cattleman’s Club se encontra sob prisão preventiva, acho que seria melhor cancelá-lo.

Nem sequer o álcool pôde evitar o mau sabor que aquele anúncio provocou na boca dos membros. Além do facto de que uma organização de caridade seria prejudicada, nenhum dos homens ali reunidos estava disposto a confessar à respectiva esposa ou filha querida que era responsável pelo cancelamento do grande acontecimento do ano. Havia poucos locais na cidade de Royal aonde ir com vestido de noite e diamantes. Sem dúvida que as mulheres se veriam gravemente defraudadas. William foi o primeiro a lembrar-se disso. Era o primeiro dos cinco amigos que tinha sucumbido aos encantos do casamento, depois de apostarem entre todos quem seria o último a permanecer solteiro no dia do baile, e não tinha vontade nenhuma de dar aquela novidade à sua flamejante esposa. Diane estava desejosa de ir à festa.

– Que bela maneira que o Sebastian arranjou para não perder a aposta! – exclamou Keith, tentando acalmar os ânimos e alegrar os presentes.

De todos eles, apenas três ainda não se tinham casado.

– De qualquer das formas, tu terias perdido – comentou Jason, reconhecido playboy do clube, que continuava isento de planos matrimoniais num futuro próximo.

No entanto, aquele comentário não conseguiu alentar os ânimos. Pensar em Sebastian no meio de uma prisão era o suficiente para os desalentar. E, além de pagar a fiança o quanto antes, pouco mais podiam fazer pelo seu amigo. Excepto rezar. Todos o fizeram, cada um a seu modo, ao passar pelo umbral da porta sobre a qual se encontrava o lema do clube: «Iniciativa, Justiça e Paz». Qualquer um daqueles homens estaria disposto a arriscar a própria vida para promover esses ideais, mas nenhum deles sabia como ajudar um dos seus. Talvez devêssem adicionar a palavra «» àquele venerado e antigo cartaz, pensou Jason.