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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Alexandra Sellers

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Sedução nas dunas, n.º 953 - abril 2017

Título original: Sheikh’s Betrayal

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9853-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Epílogo

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Prólogo

 

Havia dois agentes dos serviços de estrangeiros no controlo de passaportes e duas filas de passageiros diante de cada um. Num dos balcões, um homem perscrutava os rostos dos passageiros que acabavam de desembarcar.

O homem olhou directamente para Desi, o que a alarmou. Apesar de usar óculos de sol, virou a cabeça para evitar encontrar-se com o seu olhar. Com o passaporte e a passagem na mão, colocou-se na outra fila e esforçou-se por não voltar a olhar na direcção daquele homem.

Mas um só olhar bastara para que Desi gravasse a imagem: rosto curtido pelo deserto, boca e faces esculpidas em pedra, uma cicatriz no rosto. O homem envergava um caftán de algodão branco imaculado debaixo de uma capa com capuz e o turbante tradicional, um keffiyeh.

– Passaporte, por favor – pediu uma voz.

Desi saiu dos seus sonhos. Era a sua vez. Deu um passo em frente e mostrou o passaporte. Estava muito nervosa.

– Desirée Drummond – leu o oficial, sem parecer reconhecer o seu nome.

Desi respirou aliviada.

– Tire os óculos de sol, por favor.

Desi conteve a respiração enquanto o oficial a observava com atenção. O homem também não pareceu reconhecer-lhe a cara e não lhe pediu que tirasse o chapéu. Levantou o carimbo e procurou uma página livre no passaporte para o estampar.

– Propósito da visita?

– Turismo – mentiu ela, pensando que iria fazer de tudo menos turismo. – Sou estudante de arqueologia – apressou-se a acrescentar. – Vou estudar um assentamento.

– Desculpe? – indagou o homem, tentando claramente prolongar a conversa. – A que se refere com assentamento?

– Oh… um lugar onde encontram uma cidade antiga ou algo e… os arqueólogos, já sabe, escavam para investigar a sua história.

O homem abriu os olhos, alerta, e Desi recriminou-se. Porque tivera de dizer aquilo?

– Onde fica o assentamento? – inquiriu o homem, determinado a não deixar que a beleza de uma mulher entorpecesse o seu trabalho.

– Ah! – exclamou Desi e fingiu rir. – Não sei. Combinei com alguém…

– Põe o selo no passaporte – ordenou uma profunda voz em árabe.

Ambas as cabeças levantaram a vista com surpresa.

Era ele. O homem que a tinha estado a observar. Nesse momento, estava parado junto ao agente do serviço de estrangeiros e olhava para Desi com intensidade, aumentando o seu nervosismo.

Então, Desi soltou um grito sufocado, comovida. A imagem do estranho que tinha diante, de repente, ganhou significado na sua cabeça. Sentiu um aperto no coração.

– Não posso acreditar! – exclamou ela.

– Olá, Desi – cumprimentou ele.

– Salah?

Ele não se parecia nada com o rapaz que Desi recordava, nem com o homem em que imaginara que se transformaria. Parecia mais velho do que ela esperara, mais perto dos quarenta do que dos trinta anos. Tinha rugas profundas na testa, uma cicatriz na face e lábios grandes e cerrados. Os magros ombros e peito do rapaz tinham-se transformado num musculoso tronco masculino.

E aquelas eram só mudanças superficiais. Tinha, além disso, uma aura de autoridade inquestionável, como a de um homem acostumado a ser obedecido. Emanava poder.

Mas foi a dureza, a fria desilusão que os seus olhos mostravam, o que mais impressionou Desi.

Era Salah e, ao mesmo tempo, não era. Desi não podia imaginar como tinha mudado tanto. Ele parecia-lhe um completo estranho.

Um estranho cujo nome completo era Sua Excelência Salahuddin Nadim ibn Khaled ibn Shukri al Khouri, Escolta Real do Príncipe Omar dos Emirados de Barakat. Era um dos doze homens mais influentes no seu governo.

Este era o seu amigo de infância, a quem ela tinha ido seduzir e trair.

Capítulo Um

 

– O Baba é engenheiro.

Aquela afirmação que Samiah partilhara com ela no primeiro dia de escola, parecera a Desi algo exótico e quase místico e vinculara-a de forma imediata com a sua nova amiga de olhos pretos. Depois, soube que «baba» significava «pai» e que «engenheiro» significava que fora à Costa Oeste para construir algo grande. Mas a magia daquelas palavras nunca se desvanecera completamente.

Desde o primeiro dia, surgira entre elas uma amizade para a vida toda. Desi e Sami tinham sido inseparáveis durante os anos de escola. Também tinham passado os Verões juntas, numa pequena ilha onde a família Drummond possuía uma velha fazenda.

Os pais de Desi, hippies reconvertidos, tinham a intenção de arranjar a casa para lá viverem todo o ano, cultivando a própria comida, hospedando visitantes e leccionando cursos no Verão para se manterem no Inverno. Mas o projecto nunca gerara lucros suficientes para que o seu pai deixasse o trabalho na universidade e saíssem de Vancouver de forma permanente.

Todos os Verões, permitiam a Desi e aos irmãos convidar um amigo. E todos os anos desde a primária, Desi convidava Sami.

No Verão em que Desi fizera nove anos, o primo de Samiha, Salah, viera de Barakat para ficar com a família de Sami e melhorar o inglês. Salah tinha doze anos então, a idade de Harry, irmão de Desi, e por alguma razão também fora convidado para passar o Verão com os Drummond.

Salah e Harry tinham-se tornado amigos e, ano após ano, a família assumira que Salah faria parte da aventura estival.

Salah era muito atraente, um rapaz fascinante. Durante os primeiros anos, Desi debatera-se entre adorá-lo e competir com ele, decidida a demonstrar que ela era mais valente e mais espertado que qualquer rapaz, em parte desejando que Salah fosse seu amigo em vez de amigo do seu irmão.

Aqueles sentimentos foram a base perfeita para algo mais profundo que não demorou a chegar. No fim do Verão dos seus catorze anos, Desi entrava na puberdade e começava a surgir um novo entendimento entre Salah e ela. No Verão seguinte, Salah não fez a visita anual ao Canadá.

Nesses dois anos, Desi crescera. Os peitos desenvolveram-se, a cintura acentuara-se e crescera quinze centímetros, tudo pernas. O rosto redondo adquirira uma encantadora elegância.

Transformara-se numa jovem de dezasseis anos, alta, esbelta e muito bela, tanto que um caça talentos a tinha parado na rua para contratá-la como modelo.

Já Salah, com dezanove anos, era quase um homem. Magro mas forte, com ombros largos, olhar intenso e voz profunda. Também era melancólico, inescrutável e muito seguro das suas ideias.

Naturalmente, Desi apaixonara-se por ele. Irremediavelmente. O amigo de infância convertera-se num herói romântico. Salah era muito atraente, muito masculino e parecia muito mais maduro do que os outros rapazes da escola. O seu aspecto íntegro e inocente contrastava com o dos predadores masculinos de quem o pai tentava protegê-la no mundo da moda.

Irremediavelmente, Salah ficara impressionado pela nova Desi, com o longo cabelo ondulado, a pele leitosa, e biquínis que deixavam adivinhar a curva dos pequenos seios, as pernas fabulosas, o firme abdómen.

Fora nesse Verão que, por uma infeliz coincidência, Harry e Sami não tinham passado as férias na ilha. Samiha fora visitar os Emirados de Barakat e, à última hora, Harry arranjara um trabalho de Verão para economizar para a universidade e só ia à ilha num ou noutro fim-de-semana.

Tinha sido natural que Salah e Desi tivessem tido de passar tempo juntos.

Nesse mesmo Verão houvera uma onda de calor e, talvez devido à exaustão, os pais de Desi não deram pela atracção física entre os dois. Ou talvez fosse pela atitude hippy, Desi nunca soube.

No continente, incendiaram-se várias florestas, mas na ilha, embora estivesse muito calor durante o dia, costumava refrescar à noite. As manhãs eram frescas, com uma neblina sobre o lago. Porém, por volta do meio-dia, a maioria dos hóspedes já estava prostrada pelo calor.

Todos odiavam esse calor tão intenso. Todos menos Desi e Salah. Salah estava acostumado a tais temperaturas e ela sentia que o calor lhe dava energia e a fazia acordar de um longo sonho.

Mas não fora só o calor que contribuíra para lhe provocar esse sentimento.

Tinham-se tornado inseparáveis. Ao relembrar aquele Verão, Desi não podia esquecer os calorosos dias que se alargavam uma eternidade e a sua alegria de viver. Tinham corrido juntos, nadado, falado, explorado. Naturalmente, não tinham deixado de competir entre si. Mas isso só acrescentara intensidade e apimentara os encontros, tornando-os mais emocionantes.

 

 

– Salah?

Olharam um para o outro e, de súbito, contra qualquer prognóstico, as sensuais lembranças de há uma década derreteram Desi. Recordou o peito bronzeado dele sob a sua mão trémula. Os olhos pretos cheios de amor e desejo. Desejo esse a que ele tão nobremente tentara resistir…

Então, Desi pensou que devia cumprimentá-lo com um beijo. Pensou que devia assumir o controlo antes dele.

Mas foi incapaz de se mexer. O único que fez foi ficar ali especada, olhando-o e perguntando-se como ia conseguir levar a cabo o que tinha previsto.

Então, a boca dele moveu-se.

– Por quem esperavas?

– Por ti, não.

Salah não contava que o seu coração batesse com tanta força ao vê-la. Isso incomodava-o, tanto como o atrevimento dela ao aparecer ali. Desi fazia reluzir nele uma debilidade a que não se podia permitir. Já não era um menino nem podia estar à mercê dos próprios desejos, nem dos dela. Não podia deixar-se manipular pela sua sensualidade. Era um homem e demonstrar-lho-ia.

Desi levantou uma sobrancelha, nervosa. Os seus olhos pareciam cinzentos, como se a ansiedade lhes tivesse tirado a cor. Ela tinha olhos de camaleão, algo que Salah bem recordava. Nunca conhecera uma mulher cujos olhos mudassem tanto de cor. Nas suas lembranças, eram quase sempre azuis-turquesas, brilhantes e profundos, como duas jóias. Às vezes, verdes, quando faziam amor à luz do sol. Outras vezes, cinzentos com reflexos verdes, como então…

– Eu também não te esperava a ti – disse ele.

– Então, quem pensavas vir buscar?

– Esperava que tivesses mudado de ideias. Deverias tê-lo feito.

– Excelência – murmurou o agente estendendo o passaporte de Desi.

– Vem, Desi – indicou Salah, com a mandíbula tensa, virando-se para guiá-la.

Ao ouvir o seu nome na boca dele, Desi não pôde evitar recordar, o que a enervou mais ainda. «Desi, amo-te. E amar-te-ei quando as estrelas deixarem de brilhar», tinha dito ele.

Desi seguiu-o, uns passos atrás. Como boa esposa de muçulmano, pensou ela e, irritada, adiantou o passo para caminhar a seu lado.

Desi sentia-se agitada, sobretudo pelo modo como ele mudara. Era isso que o deserto fazia aos homens? Era este o tipo de homem em que se transformara? Feroz, duro… perigoso?

Mas Desi propusera-se enfrentar-se a ele. Para isso tinha ido até ali. Tinha a certeza que ele não a esquecera e que estaria desejoso de dar o braço direito para poder beijá-la.

Inclusive tinha pensado que ia desfrutar ao atormentá-lo. Que tola tinha sido. Se alguém ia sofrer com o encontro, não ia ser aquele homem fechado e orgulhoso.

Salah levou-a através de uma porta marcada com a palavra Privado. Atravessaram um corredor vazio em silêncio. Desi tentou pensar em algo que dizer. Se, pelo menos, Salah lhe perguntasse como fora a viagem! Ele não notaria a tensão do silêncio? Ou será que não lhe importava?

– Sobrevoámos o deserto de Barakat – comentou ela. – É a primeira vez que vejo um deserto assim. É tão… bom, bonito não é a palavra adequada. Tem algo de mágico…

Salah virou-se para ela e Desi ficou sem fala quando os seus olhos se encontraram.

– O deserto provoca fortes reacções – observou ele. – Mas sejam quais forem os teus sentimentos por ele, o deserto nunca muda. É perigoso, tanto se ama como se odeia.

A sua clara postura intimidatória irritou Desi, que pensou que ele podia ter dito, do mesmo modo: «Sou perigoso, tanto se amo como se odeio».

No íntimo, Desi reconheceu que tinha feito as duas coisas. Amá-lo e odiá-lo. Mas era coisa do passado, repetiu. Há tempo que tinha deixado de sentir o que quer que fosse por ele.

– É curioso, o mesmo se passa no Árctico – disse Desi, sem se amedrontar. – Que achas melhor, morrer congelado ou de calor?

– É melhor sobreviver – respondeu Salah e apertou os lábios.

Durante um segundo, Desi reparou na cicatriz dele, que começava na face, cruzava a orelha e se perdia debaixo do turbante.

– Suponho que saberias como fazê-lo – replicou ela.

Então, Desi teve a certeza que Salah tinha estado muito perto da morte e sentiu-se comovida ao pensar nisso. Teve desejo de tocá-lo. Mas ela não tinha ido até ali para consolar Salah.

– Sim – afirmou ele.

No final de corredor, um guarda fardado levou o punho ao peito à laia de cumprimento e abriu-lhes uma porta. Salah estancou para lhe dar instruções enquanto Desi sentia o sol deslumbrante.

– As minhas malas! – exclamou ela de repente.

– Vem – disse Salah, indo ao encontro dela no exterior.

Desi parou para respirar pela primeira vez o seco e ardente ar do deserto, misturado com o cheiro a combustível de avião.

Ali estava ela. No lugar a que Salah prometera levá-la dez anos antes. O lugar com que sonhara e que achara que podia ser o seu lar. Salah falara-lhe do deserto, onde os homens eram homens e a vida e o amor eram vividos com maior intensidade. Onde a paixão era parte da Natureza.

Onde a sua paixão por ela nunca morreria. Isso tinha-lhe prometido ele no passado.

Desi imaginara-se milhares de vezes com ele no deserto e, também, rezara para que a vida tivesse sido diferente. Rogara ao destino poder desandar os passos que a afastaram dele. Dez anos depois, ali estava.

E daria um ano da sua vida para estar em qualquer outra parte.

– Que calor! – exclamou Desi, tentando afastar tais pensamentos da mente. – São só dez horas!

– Não é um bom momento para que venham estrangeiros a Barakat.

– Referes-te a qualquer estrangeiro ou só a mim?

– És assim tão diferente do resto do mundo, Desi? Foi a fama que te tornou diferente? – inquiriu ele, sem esperar resposta. – Nesta época do ano não vêm cá muitos estrangeiros, só os que vêm trabalhar nos campos petrolíferos. No mês que vem refrescará.

O mês que vem seria demasiado tarde, pensou Desi.

«Será um inferno de calor, Desi, mas se não fores agora, estou perdida!», dissera-lhe a amiga Sami, numa mistura de raiva, tristeza e esgotamento, a voz de uma mulher à beira do abismo.

Relembrando as palavras da amiga, Desi olhou para Salah perguntando-se de novo como um rapaz tão apaixonado se podia ter transformado num homem tão hermético. O seu rosto era indecifrável.

Dez anos atrás, Desi sabia decifrar todas as suas expressões mas, agora, ele resultava impenetrável. Como uma pedra. Que o teria feito ser assim? A mágoa? A guerra?

Uma limusina branca parou ao pé das escadas. O motorista, de calças pretas, camisa branca e turbante, saiu para lhes abrir a porta. Quando Desi e Salah entraram, um homem chegou com as suas duas pequenas malas, as mesmas que a tinham acompanhado por todo o mundo durante os últimos dez anos. Guardou-as no porta-bagagem, fechou as portas e o carro arrancou.

De repente, Desi deu por si no último lugar do mundo em que teria escolhido estar de novo: a sós com Salah num espaço reduzido.

 

 

Durante a onda de calor daquele Verão, o pai de Desi acompanhara-a a Vancouver para uma sessão fotográfica de dois dias. Ela não gostara nada de se separar de Salah e, no sufocante calor da cidade, voltara a perguntar-se porque a invejavam as suas amigas. Tivera desesperadamente saudades de Salah e só desejava voltar à ilha. À volta, encontrou-se com Salah no cais.

– A tua mãe está mal-disposta por causa do calor – tinha explicado Salah.

Mas quando Desi olhou para ele, adivinhou que a verdade era que Salah não pudera esperar nem meia hora mais para a ver. E essa certeza incendiara-lhe o sangue.

– Não choveu desde que te foste embora – tinha dito Salah.

E o coração de Desi acelerou-se ao adivinhar a que se referia.

– De certeza que queres contar a tua viagem ao Salah – tinha sugerido o seu pai.

Portanto Desi sentara-se à frente com Salah, enquanto o pai se sentava atrás, a ler o jornal. Mas não falaram muito. A atracção era tão poderosa que ela se sentia prestes a explodir.