cover.jpg

portadilla.jpg

 

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2011 Barbara Hannay

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Romance em Londres, n.º 1296 - Setembro 2016

Título original: Molly Cooper’s Dream Date

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2011

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-8559-2

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

– Esta é a minha parte favorita – disse Molly, quando o casal no ecrã da televisão se afastou e caminhou em direcções opostas da ponte de Westminster, em Londres. – Ele virou-se para ela a seguir.

Molly estava aninhada no sofá. Karli, na outra ponta, agarrou um punhado de pipocas.

– Não percas o que vem a seguir, Karli. Eu choro cada vez que o vejo. Ele ouve o Big Ben, pára e… – disse Molly e, desatando a chorar, acrescentou: – vira-se. Olha para a cara de tristeza dele!

– Vê-se que a ama tanto… – disse Karli, também emocionada.

– É uma cena linda! – Molly pegou num lenço de papel, enquanto o herói continuava a olhar para a mulher que, vestida com um casaco de peles, se afastava dele.

Karli abraçou-se a uma almofada.

– Vai atrás dela.

– Não. Ele pensa que, se o amar, olhará para trás.

No ecrã, um autocarro vermelho de dois andares parou e a heroína entrou nele.

– Não! – protestou Karli quando a câmara focou o herói, cujo rosto reflectia desespero. – Não me digas que acaba mal!

Molly apertou os lábios. A câmara mudou para um ângulo do qual se via o rio Tamisa e o Parlamento, a figura solitária do herói e o autocarro a afastar-se.

Karli franziu o sobrolho, enquanto Molly abraçava os joelhos, concentrada.

A câmara continuou a afastar-se, até que o autocarro quase desapareceu. O ruído do trânsito foi substituído pelo som emotivo de violinos. Embora Molly já tivesse visto aquele filme uma dúzia de vezes, não conseguia deixar de chorar.

E, por fim… o autocarro parou e a figura minúscula da heroína saiu dele. A câmara fez um zoom lento até focar os dois amantes que, aproximando-se, se fundiram num abraço.

Começaram a passar os créditos no ecrã e Karli franziu o nariz.

– Não é mau.

– Não é mau? – Molly sorveu as lágrimas. – Reconhece que é maravilhoso. A cara de Christian quando pensa que perdeu Vanessa é o momento mais emocionante da história do cinema! – Molly deu um suspiro. – E Londres é a cidade mais romântica do mundo!

– Que ideia! É Paris. O que se passa é que tens um fraco por homens ingleses.

Molly ignorou o sarcasmo da sua amiga, porque havia muito de verdade nele. Apagou a televisão e foi até à janela. A lua iluminava as copas dos pinheiros e reflectia-se nas águas do Mar de Coral.

– O que tenho claro é que nesta ilha nunca me acontecerá nada romântico.

– Não tenho assim tanta certeza. Talvez não tenhamos o Big Ben, mas a lua cheia sobre a baía Picnic é espectacular. Foi o cenário perfeito para a declaração de Jimbo.

Molly virou-se a sorrir.

– Mas são um casal à parte. Todos sabiam que acabariam juntos desde que se conheceram na creche.

– Não sei o que tem de romântico que Jimbo passe metade do tempo num barco de pesca.

– Sempre que vejo este filme quero ir a Londres – disse Molly, indo para a cozinha preparar um chocolate quente.

– E porque não a Sidney ou a Brisbane?

Molly revirou os olhos. Nenhuma cidade da Austrália podia comparar-se a Londres, à sua história, à sua arquitectura e ao seu cosmopolitismo. O nome das ruas ecoava nos seus ouvidos como poesia.

– Eu preferia ir à América. Jimbo prometeu-me levar-me a Las Vegas – disse Karli.

– Quando?

– Um dia. Se conseguirmos um emprego mais bem pago.

– Eu tenho o mesmo problema. Gasto quase todo o salário na hipoteca da casa e, pelo que vi, as rendas em Londres são muito caras.

– Podias tentar arrendar esta casa.

Molly tremeu. A ideia de que houvesse estranhos na casa que tinha pertencido à sua avó durante cinquenta anos incomodava-a.

– Ou porque não propões uma troca? – insistiu Karli. – Poderias escolher a pessoa certa por um determinado prazo. O meu primo fê-lo com uma rapariga da Dinamarca e correu muito bem.

Molly sentiu um aperto no estômago.

– Uma troca? Como funciona?

 

 

Patrick Knight olhou com animosidade para a pilha de documentos que tinha sobre a secretária e, depois, para o relógio. Eram oito horas e ainda tinha horas de trabalho pela frente.

Tirou o telefone do bolso e escreveu precipitadamente uma mensagem a Angela: Desculpa, Ange. Tenho imenso trabalho. Tenho de cancelar esta noite. Podes ser na sexta-feira? P.

Fechou a tampa do telefone e pegou bruscamente na pasta seguinte. Sentia uma mistura de cansaço físico e frustração mental.

Os últimos anos de crise económica tinham transformado o seu trabalho interessante nos bancos numa fonte de constante stresse. Era como trabalhar na frente de guerra. Muitos dos seus colegas tinham sido despedidos ou tinham-se demitido, e outros tinham sofrido colapsos nervosos. Às vezes, tinha a sensação de ser um sobrevivente.

Era verdade que tinha salvado algumas contas importantes, mas para isso tivera de trabalhar por três pessoas e os louvores do seu chefe já não compensavam. Tinha chegado a um ponto em que não compreendia porque continuava a fazer aquele trabalho, que tornara a sua vida privada… inexistente. Nem sequer tinha tempo para desfrutar da linda casa de Chelsea que acabava de comprar, nem para sair com a sua namorada.

Inclusive, era um milagre que tivesse conseguido conhecer Angela e duvidava muito que fosse continuar ao seu lado em vez de o deixar, tal como tinham feito as predecessoras.

Quanto à outra promessa absurda que fizera de escrever um livro no seu tempo livre… Parecia uma piada. Excepto que deixara de ter graça. Tratava-se da sua vida e estava a deixar que lhe escapasse entre os dedos. Qualquer dia, acordaria e teria cinquenta anos, e, tal como o seu chefe, estaria pálido e chato, e só seria capaz de falar de trabalho.

Chegou-lhe uma mensagem de Angela: Desculpa. Nem na sexta-feira, nem em nenhum outro dia. Demasiados cancelamentos. Adeus, querido P. Ange.

Patrick deixou escapar um palavrão. No dia seguinte enviar-lhe-ia duas dúzias de rosas, embora duvidasse que servisse de alguma coisa. Por outro lado, também não se sentia particularmente abatido e isso era mais uma prova de como a sua vida privada era patética.

Com raiva, afastou a cadeira da secretária e começou a andar de um lado para o outro do escritório, até que o seu olhar se fixou num globo terrestre na prateleira e para o qual costumava olhar quando sonhava partir de Londres. Aproximou-se dele e, fazendo-o girar, ficou a olhar para os borrões em que se transformavam os continentes. Pôs-lhe um dedo em cima e esperou que parasse.

«Se fosse livre, iria para o lugar que o dedo assinalar quando parar completamente», pensou.

Quando viu que em vez de um lugar exótico como o Taiti ou o Rio do Janeiro se tratava de uma pequena ilha a este da Austrália, soltou uma gargalhada. Aproximou-se para ler o nome: ilha Magnetic.

Nunca tinha ouvido falar.

Estava prestes a voltar para a sua secretária quando pensou: «Disse que iria para qualquer sítio. Pelo menos, devia descobrir alguma coisa sobre essa ilha».

Mas para que iria incomodar-se se não podia ir a lado nenhum?

«Mas e se fizer com que seja possível?»

Procurou a ilha na Internet e arqueou os sobrolhos ao ver os primeiros resultados da busca. Tratava-se de um destino turístico conhecido, com palmeiras, praias de areia branca e um mar tropical.

De repente, um dos resultados da busca chamou-lhe a atenção: Troca de casa. Abriu-o.

 

Troca de casa: Ilha Magnetic, Queensland, Austrália.

Casa de campo com dois quartos, situada num bosque, com vista do mar e a curta distância de praias lindas. Próxima da Grande Barreira de Coral. Perfeita para navegação, pesca e mergulho.

Datas ideais: a partir do dia 1 de Abril.

Duração: três ou quatro meses.

Troca ideal: Londres, Grã-Bretanha.

 

Patrick sorriu enquanto se imaginava deitado numa rede debaixo de uma palmeira, a escrever um livro fabuloso de acção no seu portátil. No entanto, afastou imediatamente aquela imagem da sua mente e abriu uma das pastas da secretária. Mas não conseguiu concentrar-se. E depressa se viu a redigir uma descrição da sua casa.

 

Troca de casa: Chelsea, Londres, Grã-Bretanha.

Casa de três quartos com jardim, próxima do metro e entretenimentos. Televisão, lareira, pátio/varanda; restaurantes e supermercados perto; museus e salas de exposições.

Disponível para três meses, de Abril/Maio a Junho/Julho.

Destino ideal: costa de Queensland, Austrália.

 

Duas horas mais tarde, Patrick acabara de ler o último documento e tinha tomado uma decisão. Fá-lo-ia. Iria por alguns meses. Na manhã seguinte, falaria com o seu chefe.