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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2016 Melanie Milburne

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Amantes por uma semana, n.º 1736 - dezembro 2017

Título original: His Mistress for a Week

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-670-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

Carla Nardozzi saiu do luxuoso SUV e foi bombardeada de imediato com os sons e a agitação de Nova Iorque. O trajeto do hotel, em Upper East Side, até Midtown fora extremamente tenso. O seu pai, Olivio Nardozzi, passara o tempo rígido e inquieto; já ela estava em estado de choque.

Durante a última semana, enfrentara terríveis surpresas que tentara assimilar sem ir-se abaixo, até que, exausta, entrara numa espécie de torpor. Mas o maior desafio ainda estava à sua frente. Ou melhor, por cima dela, no 66º andar, no escritório do homem que ela esperara nunca mais ver.

Como que atraídos por um íman, os seus olhos ergueram-se para a fachada de vidro do edifício que abrigava a famosa J. Santino Inc.

«Uma oportunidade que ultrapassa todos os teus sonhos.»

«Um contrato de publicidade único.»

«Uma parceria que, até uma patinadora com a tua fama, seria louca se recusasse.»

Durante quase um ano, o seu pai e os seus consultores tinham repetido aquelas palavras. E, mais recentemente, elas tinham sido ditas num tom solene pelo seu agente e amigo, Draco Angelis, que não percebia as reticências dela a um contrato tão vantajoso.

Carla ouvia e assentia, mas tinha a certeza de que nunca aceitaria tal acordo. Não queria ter nada a ver com o presidente daquela empresa, mundialmente famosa pelos seus artigos de luxo.

Mantivera o seu segredo durante três anos. Não queria enfrentá-lo e, muito menos, enfrentar o homem envolvido nele.

Mas a realidade mudara drasticamente.

Ela sentiu um calafrio, que nada tinha a ver com o frescor da primavera.

Depois de anos a esquivar-se, dentro de minutos estaria cara a cara com Javier Santino.

O homem que a desvirginara, que lhe dera a noite mais sensual, intensa e inesquecível da sua vida. O homem que ouvira as palavras chocantes que ela gaguejara na manhã seguinte, com uma expressão de ódio, e que a expulsara com a frieza de um neurocirurgião.

Anos depois, Carla ainda não conseguia lembrar-se desses momentos sem sentir uma pontada de medo e, por isso, evitara Santino a todo o custo. Estar ali era a última coisa que desejava.

– O acordo não será feito se ficares aí parada, a olhares para o edifício – disse-lhe o pai.

Ela olhou para ele e a apatia deu lugar a desilusão, tristeza, raiva. A aceitação dolorosa de que Olivio Nardozzi possuía uma noção distorcida de amor paternal.

– Não estaríamos aqui, se não tivesses perdido tudo… – protestou ela, amargurada.

– Não recomeces, Carla. – Olivio aproximou-se mais, para evitar que fossem ouvidos pelo trio de advogados que os acompanhava. – Já discutimos isto várias vezes. Não quero voltar a discuti-lo, principalmente em público. Tens uma imagem a preservar. Uma imagem perfeita que nós os dois trabalhámos arduamente para criar. Em menos de uma hora, os nossos problemas financeiros estarão acabados. Temos de olhar para o futuro.

Olhar para o futuro.

Como poderia ela se, no futuro imediato, iria entrar diretamente na cova do leão? Um leão cujo silêncio mortal fora mais enervante do que o rugido que ela esperara ouvir a qualquer momento durante aqueles três anos?

Carla respirou fundo, passou pela porta giratória e entrou no elevador.

A decoração do escritório da J. Santino Inc. não era o que ela esperara. Sim, o lugar pulsava com a eficiência necessária para operar uma empresa de milhões de dólares. Ela esperara ver vidros, cromados, obras de arte futurista, mas, ao entrar no átrio, deparou-se com paredes coloridas, flores exóticas e empregados a descansarem em sofás e enormes futons. Belas obras de arte latino-americana lembravam o sangue espanhol exaltado de Javier.

A rececionista conduziu-os até uma porta dupla, no fim de um corredor.

– O sr. Santino estará aqui dentro de alguns minutos.

Carla sentiu a pulsação acelerar, ouviu vagamente os murmúrios das pessoas que a acompanhavam e que iam ocupando os seus lugares à mesa de reuniões, e dirigiu-se às janelas, de onde se via Manhattan. Só de pensar no encontro iminente, o seu coração sobressaltava-se.

Aqueles olhos castanho-dourados que brilharam de ódio da última vez em que se tinham visto, ainda a fitariam com raiva? Ao longo do último ano, desde que lhe tinham feito a proposta de patrocínio, ela perguntara-se o que levara Javier a querê-la na sua empresa. Claro, o facto de ser a patinadora artística número um do mundo colocava-a num patamar extremamente cobiçado, mas havia outros desportistas em posições similares. Apesar da insistência do seu empresário, ela perguntava-se se aquilo não seria uma armadilha.

Mas, nem uma vez, Javier tentara fazer qualquer contacto pessoal, comunicando sempre através dos seus advogados e executivos. Cruzando os braços, Carla alimentou uma pequena esperança. Talvez Javier tivesse esquecido aquela manhã. Talvez ela tivesse imaginado o ódio que vira no seu rosto, a expectativa de que o que acontecera mudara a vida dos dois e os longos meses que se tinham seguido, quando o seu coração sangrava sempre que ela se lembrava do nome dele.

A julgar pelos tabloides, Javier seguira em frente, fizera outras conquistas e continuara a seguir o seu lema: «trabalhar muito e divertir-se ainda mais».

Talvez os seus receios fossem inúteis, talvez ela estivesse a imaginar coisas…

– Pretende participar nesta reunião em pé, menina Nardozzi?

Carla encolheu-se e voltou-se.

Sentiu-se ficar sem respiração e todo o seu corpo ficou tenso, enquanto ela olhava para o homem que caminhava lentamente do outro lado da mesa.

Vestia um fato cinza-escuro às riscas, que realçava os seus ombros largos, uma camisa branca e uma gravata azul-marinho, que enfatizavam a sua elegância. Javier Santino não precisava dos advogados que o acompanhavam para estabelecer a sua supremacia e a sua importância. Ele já era admirável e extremamente sexy. A sua impressionante virilidade atraía os olhares para os seus traços bem-esculpidos, para a boca volumosa, sempre avermelhada e a dar a impressão de que acabara de ser beijada.

Ele parou do outro lado da mesa, com os seus olhos castanhos a fixarem-se nela, e arqueou uma sobrancelha com arrogância.

Dentro dela, para além da apatia e do medo, algo ardente, selvagem e perigoso despertou, e Carla sentiu o chão oscilar.

Não deveria ter vindo… Mas não tinha escolha.

– Muito bem. Vou interpretar isso como um sim. – Ele analisou o seu rosto e o seu corpo com um olhar impessoal e, depois, dirigiu-se à cabeceira da mesa, puxou a cadeira, desabotoou o casaco e sentou-se. – A minha secretária ofereceu-lhe algo para beber. Como não respondeu, suponho que não queira?

Carla olhou para a secretária e perguntou-se quanto tempo ficara absorvida pelo passado.

– Não, não preciso de nada. Obrigada.

A secretária voltou-se e lançou-lhe um sorriso frio, antes de sair.

– Ótimo. Podemos começar?

O magnetismo que a fizera ficar a olhar para o edifício de Javier voltou a manifestar-se com toda a força e Carla sentiu o coração bater mais depressa ao olhar para ele.

Não havia sinais de censura ou desprezo no rosto de Javier, nem nenhum indício de que ele já a vira nua ou de que fizera coisas ao seu corpo que lhe faziam o sangue ferver só de recordar. Ele mostrava-se impessoal. Inabalável. Profissional.

Enquanto ela se sentava na cadeira que ele lhe indicara, à sua direita, Carla respirava aliviada.

Se Javier resolvera agir como se não tivesse acontecido nada, ela faria o mesmo. Era ótimo, assim já não precisava de sentir-se angustiada.

– Creio que foi tudo acertado entre os nossos advogados e que concordou com os pagamentos trimestrais e com os bónus por performance estipulados no contrato, correto?

Carla olhou para o pai e viu nele o desespero, o pedido silencioso para que não lavassem a roupa suja em público. Queria criticá-lo, questioná-lo sobre o motivo que o levara a perder todo o seu dinheiro ao jogo, prejudicando tudo pelo qual ela batalhara e levando-a quase à falência. Decerto, ele teria mais uma explicação absurda. O desprezo com que a tratava desde criança era o único meio de comunicação entre os dois.

Anestesiando-se contra a dor e a deceção, ela preparou-se e voltou-se para Javier.

– Sim, concordo com os seus termos.

– A não ser que possa considerar um adiantamento mais elevado? – sugeriu o pai dela, apoiando os cotovelos na mesa.

Javier não desviou os olhos do rosto de Carla.

– Não. Se vocês vieram aqui para renegociar os termos, perderam o vosso tempo. Espero que não seja o caso, menina Nardozzi – declarou ele friamente.

– Não, as cláusulas estipuladas são perfeitas.

– Carla… – interrompeu-a o pai.

– Está tudo ótimo. – Ela tentou não gaguejar com a mentira, mas a tensão era extrema. – Podemos continuar, por favor?

– Compreende que, devido ao atraso na assinatura, o direito de desistência não se aplica? Assim que for assinado, o contrato passa a ser válido e é irrevogável.

Carla começou a fechar os punhos, mas respirou fundo e apoiou as mãos na mesa.

– Sim. Não vale a pena discutirmos coisas que os meus advogados já me explicaram. Estou pronta para assinar o contrato. Só preciso de uma caneta, sr. Santino.

Se esperava alguma reação, Carla percebeu que ficaria desapontada. Javier olhou com cruel desinteresse para os seus advogados, inclinou a cabeça e os documentos foram imediatamente colocados à frente dos dois. Ele ofereceu-lhe uma elegante caneta, com o nome dele gravado.

Abalada, Carla assinou, assim como as testemunhas. O seu destino estava selado.

Ela iria tornar-se o rosto exclusivo dos produtos de luxo da J. Santino Inc., e seria chamada para campanhas de marketing e eventos publicitários, sempre que Javier quisesse.

Estava feito. Com sorte, agora ela poderia negociar mais tempo com o banco na Toscana e salvar a casa da família. Não que esta tivesse sido um verdadeiro lar. Atualmente, era apenas um local atraente, que o seu pai usava para mostrar o sucesso que ela não teria alcançado sem ele…

Mas era o único teto que lhe restava. O apartamento em Nova Iorque desaparecera, assim como o chalé na Suíça. Tudo desaparecera.

Carla soltou a caneta e levantou-se.

– Obrigada pelo seu tempo, sr. Santino. Agora, se nos dá licença…

– Ainda não está despachada, menina Nardozzi – disse Javier, levantando-se.

– O que… O que mais teríamos para discutir?

Ele fez um sorriso contido.

– É confidencial. Acompanhe-me até ao meu escritório. – Javier olhou para os ocupantes da mesa, dispensando-os. – Sozinha.

Ele dirigiu-se às portas duplas do lado oposto da sala.

Carla sentiu um suor frio nas mãos, mas conteve o impulso de secá-las na roupa. O instinto dizia-lhe para sair dali. Passara por tudo relativamente incólume. Voltara a ver Javier, suportara a sua presença imponente, ouvira a sua voz, sentira o seu perfume singular, tudo sem perder a compostura. Fizera o que mais temia. Mas não conseguia mexer-se.

– Agora, menina Nardozzi – insistiu Javier num tom cortante. O ambiente mudou e os homens que estavam na sala tentaram escapar à tensão.

– Carla. – atirou o pai dela em tom de advertência.

Ela ignorou-o e olhou para a porta que conduzia à liberdade. Javier poderia impedi-la de sair? De voltar ao refúgio da apatia em que se abrigara da dor e da traição?

Sim. Porque, agora, ela estava presa a ele, era uma empregada contratada que não poderia recusar-se a atender exigências razoáveis.

Carla abafou uma gargalhada nervosa, ignorou os suspiros de alívio à sua volta e seguiu-o.

Entrou no escritório e parou, surpreendida. Ao contrário do resto da empresa, aquele era um domínio masculino. Desde a sólida secretária de nogueira até à poltrona que parecia um trono, passando pelos sofás pretos que criavam o ambiente de um cinema em casa, o espaço ostentava uma supremacia que a levava a encolher-se premonitoriamente.

Mas não.

Até agora, Javier fora frio e brutalmente profissional. Não estava mais interessado nela do que estaria noutro recurso financeiro contratado pela sua empresa. Nada tinha a recear.

Atrás dela, a porta fechou-se e ela ouviu o clique da fechadura.

Carla virou-se, viu-o aproximar-se lentamente e sentiu o sangue abandonar-lhe a cabeça.

Os seus olhos fascinantes já não pareciam frios e impessoais. Agora, brilhava neste algo perigoso e muito específico, que ameaçava fazer o coração de Carla parar de bater.

– Por fim, estás aqui – murmurou Javier, saboreando o seu triunfo.

– Estou aqui? O que queres dizer com isso?

Ele aproximou-se, aumentando o seu poder.

– Quero dizer que nunca pensei que este dia chegaria. Não acreditarias quantas vezes pensei em desistir. Mas a vingança é um prato que se come frio. Não é o que se costuma dizer?

Carla sentiu-se gelar.

Vingança?

Ele aproximou-se ainda mais, como se fosse revelar-lhe um segredo.

– Felizmente, eu sou paciente. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, a tua ganância, ou a do teu pai, iria trazê-los de volta à mesa de negociações.

Carla ficou boquiaberta e sentiu o coração parar.

Dio mio – disse ela com dificuldade.

Ele recuou, com um sorriso perverso, levando-a a sentir-se fascinada com os seus lábios sensuais.

Si, esta é a expressão que eu esperei três anos para ver.

Ele planeara tudo. Usara o isco perfeito e ela entrara na armadilha como um carneirinho.

Assim como fora um carneirinho fraco e confiante face às tramoias do seu pai. O medo infantil de ser abandonada estendera-se à sua vida adulta e fizera com que ela não percebesse que estava a ser usada, até ser tarde demais. Ela sacrificara-se pelo pai.

E agora seria sacrificada por Javier Santino.

Carla ficou apavorada e não conseguiu mover-se. Ouvia a voz de Javier vinda de muito longe, mas não conseguia agir porque estava presa aos horrores da sua situação.

De repente, Javier segurou-a pelos cotovelos.

– Que se passa contigo, Carla? Ou devo tratar-te por Princesa de Gelo? Não é assim que a imprensa te chama? Estás vestida para isso…

Atordoada, ela olhou para o conjunto todo branco, elegante e de bom corte, que o estilista lhe trouxera naquela manhã, alegando ser adequado para uma mulher que estava no auge da sua profissão. Observando-o agora, ela via as coisas de uma forma muito diferente.

Branco: para carneiros inocentes que seriam sacrificados.

Branco: para tolos.

A gargalhada histérica que ela tentou conter subiu-lhe pelo peito e explodiu, soando estranha, mas foi um alívio tão grande, que ela não conseguia parar de rir.

Javier admirou-se e abanou-a.

– Carla!

Ela parou de rir de imediato.

– Pensei que, para ti, eu fosse a menina Nardozzi…

Ele ficou perplexo.

– O que se passa contigo?

– Que te importa isso?

– Não me importo, mas prefiro não conversar com uma mulher que age como um zombie.

– Neste momento, eu gostaria muito de ser um.

– O quê?

Ela soltou outra gargalhada.

– Deverias ver a tua cara, Javier. Esperavas que eu tremesse como uma idiota por causa do que disseste? … O que estás a fazer? – gritou ela ao sentir que ele a abraçava e a erguia do chão.

Com meia dúzia de passos, ele prendeu-a contra a parede. Os dois encararam-se por alguns segundos e, então, um deles moveu-se. O soluço de Carla foi abafado pela boca que cobria a sua de maneira tão dominadora e eletrizante, que a apatia abandonou-a, dando lugar a uma intensa emoção. Todas as sensações que ela contivera focaram-se na fusão dos lábios dos dois. De um segundo para o outro, eles agarravam-se, as suas línguas enlaçavam-se, gemidos lutavam pela supremacia, mãos agitavam-se e acariciavam-se. E Javier vencia, impondo-lhe a sua vontade, beijando-a até ela se tornar um aglomerado de sensações, pronta a fazer o que ele quisesse.

Aos poucos, as outras emoções de Carla foram-se acalmando, fazendo com que ela sentisse apenas uma excitação decadente, que pensara só existir nos seus sonhos.

Javier intensificou o beijo, mordeu-lhe o lábio e enfiou as coxas entre as suas, evidenciando a sua excitação.

Dio, ele era glorioso e fazia com que ela se sentisse viva!

Ela ergueu a mão para segurá-lo pelo cabelo e pedir mais, quando Javier a trouxe de volta à realidade, segurando os seus braços e baixando-os.

– Agora já consegui a tua atenção? – inquiriu ele.

Ela sentiu o seu olhar ameaçador e tremeu por dentro como gelatina.

– O que pretendes fazer comigo?

Ele sorriu maliciosamente e esfregou o nariz no dela num gesto tão sem afeto que ela se sentir enregelar.

– Qual seria a graça de contar-te, principessa? Mas fica a saber que, quando eu terminar contigo, vais saber que nunca deverias ter-me usado como fizeste há três anos. Antes de eu terminar contigo, Carla Nardozzi, vais pedir-me perdão de joelhos.