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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Pamela Brooks

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Medo de amar, n.º 986 - junho 2017

Título original: Surrender to the Playboy Sheikh

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9882-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Epílogo

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Capítulo Um

 

– Muito obrigada por tudo, sua alteza – disse-lhe a jornalista com uma tímida reverência.

– Não tem de quê. Foi um prazer conhecê-la – respondeu Karim, com o mais falso dos seus sorrisos.

Tão falso como o da jornalista. Sabia que a mulher ficara deliciada com as declarações que conseguira. Era o tipo de festa que aparecia sempre nas revistas cor-de-rosa.

Sabia exactamente o que iria aparecer escrito na imprensa sobre ele. Iriam sublinhar que Karim al-Hassan passara toda a semana em festas. E reconhecia que assim fora no passado, quando era habitual sair quase todas as noites até de madrugada. Mas, nos últimos cinco anos, tinha mudado muito.

O que as revistas não diziam, nem provavelmente sabiam, é que nunca bebia nas festas a que ia e que costumava retirar-se cedo para trabalhar em casa até de madrugada.

Desde que o seu pai lhe confiara a importante tarefa de desenvolver o turismo em Harrat Salma, dedicara-se totalmente ao seu trabalho.

Mas naquele dia estava com dificuldades em concentrar-se. Algo lhe dizia para se voltar.

Quando se voltou, reparou numa mulher que estava do outro lado do salão, apesar de parecer estar vestida para passar despercebida. O seu cabelo era castanho e usava-o apanhado. O seu vestido era volumoso, longo e preto, quase demasiado simples para a ocasião.

Não se parecia em nada com as mulheres com as quais costumava sair e não compreendia por que motivo conseguira atrair tanto a sua atenção.

Era a primeira vez que a via. Não sabia quem era, mas soube naquele instante que tinha de conhecê-la e convidá-la para jantar.

Viu que estava a falar com Felicity Browne, a anfitriã da noite. Karim afastou-se do grupo com o qual estivera a conversar e atravessou o salão devagar. Quando viu que terminavam de falar e a outra mulher se virou, acelerou o passo e atravessou-se no seu caminho.

– Olá – disse-lhe.

– Olá – respondeu ela.

Os seus olhos eram de um azul acinzentado e tinha um olhar sério. Também parecia calada e calma. Cada vez encontrava mais diferenças entre ela e as mulheres com quem costumava sair.

– Não estás a beber nada – apontou ele.

– Não sou convidada – disse-lhe a jovem.

Apesar de falar com serenidade, pareceu-lhe que a conseguira deixar um pouco nervosa.

Imaginou então que devia trabalhar para Felicity e que estaria preocupada por esta a poder ver ali.

– Vamos para um lugar mais tranquilo – sugeriu-lhe ele. – Mas, primeiro, deixa-me ir buscar-te uma bebida.

– Obrigada, mas não bebo.

– Então, água mineral – respondeu enquanto tirava dois copos da bandeja do empregado e lhe entregava um.

Olhou à volta e confirmou, aliviado, que a jornalista se tinha ido embora. Podia ficar mais descontraído. Colocou a mão da mulher no seu braço e dirigiu-se para as portas de vidro que davam para o terraço.

 

 

«Socorro!», pensou Lily preocupada.

Entrara no salão para falar discretamente com Felicity, queria assegurar-se de que a anfitriã estava satisfeita com tudo. A sua ideia era voltar para a cozinha e preparar as sobremesas, mas o homem mais atraente que alguma vez vira abordara-a nesse preciso momento.

Estava vestido com um smoking preto, uma camisa branca e um laço de seda preta. O seu cabelo preto tinha um corte um pouco mais longo do que o habitual e com uma franja que caía sobre os seus olhos. Tinha a aparência típica de um conquistador da classe alta, mas a sua pele morena e os seus olhos cor de âmbar eram características demasiado exóticas para ser inglês.

– Não deveria… – tentou ela dizer ao ver que o homem a levava para o terraço.

– Não te preocupes. Se a Felicity se queixar, dir-lhe-ei que fui eu quem te sequestrou – assegurou-lhe ele.

Sem parar de a olhar nos olhos, o desconhecido roçou com os dedos no seu lábio inferior. O contacto foi breve e suave, mas fez com que ficasse imóvel. Não conseguia, nem queria, afastar-se. Havia algo naquele homem que a atraía muito e pareceu-lhe que ele sentia o mesmo.

Era atracção à primeira vista. Quase conseguia ver as faíscas entre os dois e sabia que uma simples carícia poderia atear as chamas.

Tinha de sair dali. Não podia permitir que o coração comandasse as suas acções. Caso contrário, poderia cometer um grave erro.

– Como é que te chamas? – perguntou-lhe ele, em voz baixa.

– Lily.

– Karim – respondeu o homem. – És casada ou comprometida de alguma forma?

Sabia que lhe bastaria responder afirmativamente para que aquele homem a deixasse em paz. Mas abanou a cabeça e estremeceu ao ver o intenso desejo no seu olhar.

Karim pegou na sua mão e levou-a aos lábios. Beijou cada um dos seus dedos. Ela, enquanto isso, não conseguiu evitar abrir os seus lábios e inclinar a cabeça para trás. Foi algo instintivo, como se se estivesse a oferecer.

Ele viu o convite e aproveitou. Inclinou-se sobre ela e deixou que os seus lábios se tocassem. Foi uma sensação incrível. Muito suave e leve, mas extremamente sensual. Pele contra pele.

Não era suficiente. Precisava de mais, muito mais.

Abraçou o pescoço daquele homem e puxou-o para si. Sabia que aquilo era irracional, que não era boa ideia, mas não parecia capaz de controlar o seu próprio corpo. Mal tinham falado. Só sabiam os nomes próprios, mais nada. Ela nunca fazia aquilo.

Mas estava a beijar um desconhecido, alguém de quem apenas sabia o nome e que tinha a boca mais sensual que alguma vez sentira.

Parou de pensar quando sentiu que Karim abria os seus lábios e o beijo se tornava mais íntimo e apaixonado. Entrelaçou os dedos no seu escuro cabelo, puxando-o para ainda mais perto de si.

Ele também a abraçou. Sentiu uma das suas mãos sobre as nádegas e a outra nas costas. Já não havia espaço entre os dois corpos. As sensações que estava a sentir não se pareciam com nada que tivesse vivido antes.

Quando ele se afastou, Lily ficou a tremer. Tinha os nervos à flor da pele e a sensação aumentou quando Karim começou a beijar o seu pescoço. Não conseguiu evitar estremecer e cingiu o seu corpo contra o dele. Karim abraçou-a com mais força, tanta que conseguiu sentir a sua erecção. Não parava de acariciá-la, desde as ancas até ao peito. Quando sentiu que tocava com o polegar num dos seus excitados mamilos, sentiu-se desfalecer.

Não conseguia pensar em nada, apenas sentir. Desejava estar com ele e sentir a sua pele nua.

Reparou que ficara subitamente muito quieto. Ela abriu os olhos e afastou-se um pouco.

Ouviu então uma porta fechar-se e pessoas a falar. Já não estavam sozinhos no terraço.

Estivera demasiado imersa para se aperceber. Os seus beijos tinham conseguido hipnotizá-la totalmente.

Nervosa, passou as mãos pelo vestido para tentar recompor-se um pouco. Acabava de quebrar todas as regras que ela mesma se tinha imposto.

Frustrada, percebeu que parecia não ter aprendido nada com o seu mal sucedido casamento.

– Tenho de ir, a sério – sussurrou ela, para que mais ninguém a ouvisse.

– Não, ainda não. Se sairmos agora, acho que passaríamos uma grande vergonha…

Apesar de uma parte dela lhe dizer que acabava de cometer um erro, percebeu que, bastaria que ele o quisesse, para que voltassem a beijar-se. Ansiava por saboreá-lo de novo e sentir-se totalmente preenchida.

Engoliu em seco.

Não compreendia o que lhe estava a acontecer. Nunca fizera nada assim. Não deixava que os instintos mais básicos a controlassem daquela forma. Estava solteira há quatro anos e estava perfeitamente feliz com a sua condição.

Ainda assim, não conseguiu controlar aquela situação que se podia definir como uma loucura. Não deveria ter permitido que acontecesse.

Esperava que as pessoas que tinham ido ao terraço voltassem a entrar o mais rapidamente possível para o salão principal. Quanto mais tempo passassem escondidos atrás dos enormes vasos, mais envergonhados ficariam quando tivessem de sair. Karim parecia estar a pensar o mesmo.

– Só se pode entrar na casa por aquelas portas. Se fosses uma ginasta poderias saltar do corrimão para os canos e deslizar por eles – disse-lhe ele.

– É pena, mas não sou ginasta.

Karim sorriu, nunca vira um sorriso tão provocante como o dela.

– Não nos resta outra alternativa senão esperar que se vão embora – murmurou ela. – Não costumo fazer estas coisas – acrescentou rapidamente.

Viu que Karim também parecia algo confuso.

– A minha intenção era apresentar-me e convidar-te para jantar comigo noutro dia qualquer.

Nenhum dos dois parecia conseguir explicar racionalmente o que lhes acontecera.

«Meu Deus…», pensou ela com desespero.

Nem queria pensar em tudo o que poderia correr mal sem ela na cozinha para supervisionar a comida que era servida aos convidados. Não podia permitir-se aquele tipo de comportamento. Além disso, o seu negócio era a sua prioridade.

– Tenho de ir – disse-lhe mais uma vez.

Karim tirou um cartão e uma caneta do bolso. Escreveu um número na parte de trás.

– Liga-me – pediu-lhe, enquanto lho entregava.

Foi quase uma ordem. Parecia um homem habituado a que lhe obedecessem.

– Vai – disse-lhe. – Eu fico aqui mais uns minutos. Se a Felicity estiver zangada, envia uma mensagem para o meu telemóvel e falarei com ela.

Imaginou que um homem como ele não teria dificuldade em usar os seus encantos para convencer qualquer mulher. Mas não ia permitir que se responsabilizasse se tivesse surgido algum problema na sua ausência.

– Obrigada.

Como se não pudesse fazer nada para se controlar, Karim deu-lhe um último e rápido beijo.

– Vemo-nos depois – sussurrou-lhe ele.

A promessa implícita nas suas palavras fê-la estremecer mais uma vez.