Não me esqueças
Maria de Lourdes Oliva
© Maria de Lourdes Oliva
© Não me esqueças
ISBN digital: 978-84-685-1374-4
Impresso em Portugal / Printed in Portugal
Editado por Bubok Publishing S.L.
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Dedico estes versos soltos, sem medida, a todos vós.
Este livro é também um legado para
a minha neta, filhas e marido.
Eles são parte integrante, da minha vida!
Índice
Prefácio
Outono da vida 9 novembro 2013
Este Natal
Maré 11 novembro 2013
O azul dos teus olhos 16 novembro 2013
Reviver
Um Natal 2 dezembro 2013
Meu querido 6 dezembro 2013
Árvore de Natal 14 dezembro 2013
Saudade 17 dezembro 2013
Músicas de Natal 17 dezembro 2013
Castelo 23 dezembro 2013
Réveillon 1 janeiro 2014
Hoje, é outro dia
Centelha 4 fevereiro 2013
Espera
Esta hora 17 fevereiro 2013
Plátanos 19 fevereiro 2013
A ampulheta 22 fevereiro 2013
Ponte 25 fevereiro 2013
Momento tranquilo 26 fevereiro 2013
Utopia
Fogem os sonhos
Alvorada 10 março 2013
Quimera 20 março 2013
O que não direi 41
Aquieta-se o pensamento 23 março 2013
Prenúncio de primavera 27 março 2013
Este dia 1 abril 2013
Primavera 6 março 2014
Mulher 8 março 2014
Sonhos 9 março 2014
Naufrágio 14 março 2014
Teatro 21 março 2014
Passar do tempo 24 março 2014
Diabinho
Amanhecer 9 maio 2014
Sono 10 maio 2014
Fluido estranho 11 maio 2014
Urso 12 maio 2014
No horizonte 13 maio 2014
Etéreo Universo 15 maio 2014
Há muito tempo… 17 maio 2014
O amor 11 junho 2014
Longe 1 julho 2013
Suave, vazio… 1 julho 2013
Madrugada 2 julho 2013
Verões de infância
Escrever
Passagem do tempo
Quisera
À tua imagem 6 julho 2013
Poetas 8 julho 2013
O tempo 9 julho 2014
Subida 10 julho 2013
Obrigada Senhor 13 julho 2013
Mais um dia 14 julho 2013
Entardecer musical 19 julho 2014
A noite 20 julho 2014
Esta travessia 22 julho 2014
Valores 23 julho 2014
Querido papá 7 agosto 2013
Recordações… 18 agosto 2013
Na praia 24 agosto 2013
Barco à deriva 27 agosto 2013
Momentos… 28 agosto 2013
Partiu… 30 agosto 2013
Último dia 30 agosto 2013
Aguarela 14 agosto 2014
Desafinada 15 agosto de 2014
Na praia agosto 2014
Viseu 21 agosto de 2014
Um passarinho agosto 2014
Jantar de despedida 2 setembro 2013
Aqui… 4 setembro 2013
Despedida do verão 12 setembro 2013
Agora 18 setembro 2013
Vendo bem… 19 setembro 2013
Novelo 19 setembro 2013
Mais um dia 21 setembro 2013
O passar dos anos 22 setembro 2013
Última porta 25 setembro 2013
A vida
Espelho 30 setembro 2013
Se… 1 outubro 2013
A felicidade
Nunca estarei só 2 outubro 2013
Memórias ao vento
Colégio 6 outubro 2013
As minhas filhas
Se o tempo… setembro 2014
Castelo
Chuva
Aquele lugar 10 setembro 2014
Debandada 15 setembro 2014
Mamã
O meu lugar 30 setembro 2014
Outro dia
Uniões 7 outubro 2014
Retroceder no tempo 11 outubro 2014
Dez Miosótis
Miosótis 15 outubro 2014
Da alma
O Amor
Encontro (do Magistério)
Tenho que… 14 outubro 2013
Madrugada 16 outubro 2014
Solidão 16 outubro 2014
Como quem reza…
Há, ainda… 17 outubro 2014
Se…
Ao anoitecer
Um amanhã 25 outubro 2014
Uma hora a mais 26 outubro 2014
Folhas caídas
Um momento
Eu e a manhã 28 outubro 2014
Quem sou eu 29 outubro 2014
Vestígios de mim 30 outubro 2014
Cada dia
Há muito ainda…
Relógio da vida 18 novembro 2014
Rosas vermelhas 18 novembro 2014
Como avó 19 novembro 2014
Quase Natal 19 novembro 2014
O Pai Natal
Família 22 novembro 2014
Crepúsculo
Quem dera… 22 novembro 2014
Escalada 23 novembro 2014
Desalento 24 novembro 2014
Memória 25 novembro 2014
Imaginação
Memórias 27 novembro 2014
As minhas mãos 28 novembro 2014
Doem-me as palavras 28 novembro 2014
Razão e amor 29 novembro 2014
Envelhecer 30 novembro 2014
Inspiração 30 novembro 2014
Em sintonia 30 novembro 2014
Nos meus olhos 30 novembro 2014
Voltei a sentir… 4 dezembro 2014
À Lina 11 dezembro 2014
A vida 13 dezembro 2014
A voz do silêncio 13 dezembro 2014
Jogo singular 14 dezembro 2014
Muchaxo (Guincho)
A poesia é a chave 19 dezembro 2014
O frio de exceção 19 dezembro 2014
O Natal 26 dezembro 2014
Prece 26 dezembro 2014
Beijo de mãe 29 dezembro 2014
Prefácio
Contei à minha neta, quando iniciou o estudo do inglês, o que sabia sobre uma flor, pequenina como ela, e que, como ela, inspirava amor.
Os, miosótis, são tufos azuis, de florinhas frágeis e mimosas, que hoje em dia, não é fácil encontrar, em nenhum lugar.
Mas eu vi-as…e guardei no coração, o seu significado: “Não me esqueças!” (Forget me not)
E, todos os dias, ao despedir-me dela, digo ainda: “- Forget me not !”
E ela responde, com uma voz doce de criança, que tem o condão, de confortar o meu coração: - Nunca te vou esquecer vovó!
Este livro contém memórias de uma vida autêntica.
Contém a singeleza e transparência da verdade, na totalidade dos versos…
Há sentimentos submersos nas palavras…
Quero salientar com um realce especial, o meu agradecimento à minha filha Bé.
Sem ela, não teria sido possível a concretização, do que é agora, para mim, uma “realização”.
Outono da vida
9 novembro 2013
Brilha o sol,
Num convite.
Dá ao céu,
Uma luz envolvente,
Suavemente.
Fica tudo mais sombrio
Mais frio…
É assim, também,
O outono da vida!
Há menos brilho, na luz,
Que vai ficando esvaída.
Mais brilhante,
Por um instante fugaz…
Uma lembrança…
Uma ilusão tardia…
Um abraço, uma alegria,
Momentâneas,
Uma esperança fugidia.
Mas sabe-se,
Que tudo é efémero
E se perde.
Essa certeza
Está gravada
Na natureza.
Este Natal
Está sombrio o dia
Tal como previa.
Agora será sempre assim,
Para a estação que se avizinha.
Está próximo o Natal!
Tudo regurgita
Num festival de cores
E enfeites luminosos,
Presentes radiosos de graça,
Presépios de vários tamanhos
E materiais diversos.
Mas, parece menos opulento,
O que dantes, era
Prodigamente apresentado,
Num convite,
Dificilmente ignorado.
Parece mais triste este Natal
Há qualquer coisa nele diferente…
Do que era habitual.
Que saudades, daqueles
Tempos intemporais,
Guardados na memória,
E que nunca mais,
Serão iguais…
Os tempos passaram,
Banalizou-se a história…
Aviltaram-se os sentimentos,
Que enalteciam a memória.
Já não há a magia
Brilhante e alienante,
Que tornava crianças,
Todos os que, de coração puro,
Viviam a alegria,
De loucas esperanças.
E havia felicidade
Verdadeira,
Naquela semiverdade
Feiticeira…
Maré
11 novembro 2013
O barco cada vez mais frágil
Luta contra ondas gigantes
De desespero e certezas alienantes.
Ao longe, vejo
Esfrangalharem-se as velas,
Ao sopro dos ventos
E intempéries,
Difíceis de enfrentar
Ou pelo menos controlar…
São ventos diversos
Que sopram dispersos
Contorcem e retorcem,
Levam aspirações,
Profanam ilusões,
Tiram fulgor ao amor…
Escurecem de dor
Todos os meus versos.
Quem os ler,
Não irá compreender.
Quem pode entender,
A inconfundível voz da alma
Que é inaudível?
Expressa-se por lágrimas límpidas
Que, correm naturalmente,
Silenciosas…
Como desabrochar de rosas,
Ou por silêncios,
De interpretações várias,
Conforme as emoções
De quem observa,
Quase sempre maliciosas.
O azul dos teus olhos
16 novembro 2013
Um dia,
Com a minha fantasia,
Escrevi o teu nome
No céu azul…
Depois, pintei lá
A tua imagem.
E os olhos azuis,
Davam ao céu,
Um azul mais azul,
Envolto na ternura
Daquela pintura,
Feita, apenas,
Com o amor
E toda a candura,
Dos verdes anos
Que, nessa altura,
Usufruías.
Reviver
É bom reviver
As lembranças
De outrora.
A ingenuidade
Que, fazia acreditar
Na felicidade,
Houvesse, o que houvesse.
Nesse tempo,
Todos os males
Eram passageiros.
Diluíam-se como
Por encanto, num
Esquecimento ligeiro…
Não deixavam
Marcas nem pesares.
O amor era sempre,
O remédio.
Não havia,
Nem desesperança,
Nem tédio!
Vestia-se de luz
A paisagem…
Era bem-vinda
A fresca aragem
Nos dias quentes,
Que amenizava
O calor tropical
E a saudade,
Dos queridos ausentes.
E tu eras o sol,
Com a doçura,
Do teu olhar azul.
O teu sorriso,
Era transmissor,
De paz e segurança.
E irradiava amor…
Amor seguro,
Que me fazia,
Continuar criança.
Um Natal
2 dezembro 2013
Já há ambiente natalício…
Já se sente no ar,
E em cada olhar,
Aquele brilho que torna diferente
Tudo o que se vê,
O que se deseja,
E até o que se sente.
Fica-se a olhar,
Para o brilho exuberante,
Das mil luzes,
Que profusamente,
Piscam em todo o lado,
Em cada montra,
Em cada casa,
Em cada espaço,
Onde nos acolhem,
Como num abraço.
Olho para a árvore,
Mesmo aqui na minha frente
Com os enfeites de sempre,
E, que, em cada ano,
Parecem novos,
Com a mesma surpresa,
Impressa em cada um.
Aqueles anjos…
Lembro-me de os adquirir
Naquela loja, que já não existe…
E…aquelas estrelas…
Há quanto tempo!
A gambiarra, parece ter sido adquirida
Agora, precisamente…
Não as há já,
Como antigamente.
E as bolas douradas e brancas
E uma maçã que parece
Feita de neve.
E vêm-me à lembrança
Muitos outros enfeites,
Que se partiram,
Ao longo dos vários Natais.
E agora, veio-me à memória
Aquela árvore mais pobre,
Menos artística, menos artificial,
Mais simples, que encontrei
Ao chegar do hospital,
Com um bebé nos braços,
A minha filhinha, Bé.
Uma bonequinha
Linda, como presente,
Daquele Natal distante.
E a outra bonequinha
De dois anos,
Toda azafamada,
Com a empregada,
A prepararem, ambas,
A consoada festiva,
Daquele ano abençoado,
Em que tudo para mim
Era ainda, uma realidade,
Mais sonhada, do que vivida.
E eu não sentia senão,
A magia do apelo da vida,
Num dia a dia,
Em que a esperança,
Era uma companhia
Tão natural, que,
Nem me apercebia,
Que esses momentos,
Podiam deteriorar-se
Um dia…
As meninas cresceram.
Já nada é igual,
Nem a terra
Onde passámos
Esse Natal.
Ficou lá longe,
A uma distância
Para além do mar
E para longe,
Até, da saudade,
Que poderia despertar…
Meu querido
6 dezembro 2013
Mereces louvor
Pela coragem, persistência
E espírito de sacrifício,
Com que te empenhas,
Na luta pelo teu ideal.
É admirável,
A força que despendes
Nessa luta, em prol
Da tua realização.
Admiro a tua capacidade
Invencível…
E a tua resistência
Indiscutível.
Não há entraves
Nem razões,
Nem medos,
Nessa tua luta,
A que te entregas
Sem objeções.
Felicito-te por isso.
Deve lutar-se, assim,
Por aquilo que se deseja
És um herói!
Serás venerado como tal…
A glória é de quem a constrói.
Venceste obstáculos diversos
Contratempos inesperados…
Bloqueios adversos
À tua persistência.
Arrostaste estoicamente,
Contra tudo, indiscriminadamente.
Absorveste a tua mente
E todo o teu ser,
Nessa ânsia,
Quase obsessão, de vencer…
Felicidades.
Árvore de Natal
14 dezembro 2013
Piscam incessantemente,
À minha frente,
As luzinhas minúsculas
Da árvore de Natal.
Parecem brincar
Ao esconde-esconde,
Convidando-me
Nesse jogo de encantar.
Vermelhas, verdes,
Amarelas, simples,
Singelas…
Dão vida, ao que seria,
Uma amorfa fantasia
Os anjos estão parados,
As bolas pendem,
Em tamanhos variados.
E, no topo, reina um anjo