Portada

Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

© 2011 Sandra Myles. Todos os direitos reservados.

A PAIXÃO TINHA UM PREÇO, N.º 1330 - Setembro 2011

Título original: Not for Sale

Publicada originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em portugués em 2011

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® y ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

I.S.B.N.: 978-84-9000-612-2

Editor responsável: Luis Pugni

ePub: Publidisa

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Portada Verano de madreselva

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CAPÍTULO 1

Lucas Vieira estava furioso.

O dia não tinha corrido bem. Embora isso fosse dizer pouco: tinha sido um caos. E estava a tornar-se uma catástrofe a toda a velocidade.

Tinha começado com uma chávena de café queimado. Lucas não sabia sequer que algo parecido podia existir até a sua secretária temporária lhe ter preparado algo escuro, quente e viscoso, e lho ter servido numa chávena.

Bebeu um gole e pousou a chávena, abriu o telemóvel para ver se tinha mensagens e viu uma do mesmo jornalista idiota que tentava entrevistá-lo há duas semanas. Como é que aquele homem tinha conseguido o seu número? Era privado, como o resto da sua vida.

Lucas valorizava muito a sua privacidade. Evitava a imprensa. Viajava de avião privado. Às suas águas-furtadas da Quinta Avenida só podia aceder-se de elevador privado. A sua casa nos Hamptons era cercada. A ilha das Caraíbas que tinha comprado no ano anterior estava infestada de cartazes de «Não passar».

«Lucas Vieira, um homem misterioso», qualificara-o uma publicação. Não era exacto. Havia vezes em que não podia evitar as câmaras, os microfones e as perguntas. Era multimilionário e isso despertava interesse.

Também era um homem que tinha chegado ao topo de uma profissão em que a linhagem e a procedência significavam muito. E ele não tinha nenhuma das duas coisas.

Ou sim, mas não do tipo que havia em Wall Street. E Lucas também não queria falar disso. As únicas perguntas que chegava a considerar eram as que se referiam ao lado público da agência financeira Vieira, como se tornara uma empresa tão poderosa, como Lucas tinha alcançado tanto sucesso com trinta e três anos.

Estava farto de que lho perguntassem, portanto, finalmente tinha oferecido uma resposta numa entrevista recente.

– O sucesso – dissera, com firmeza, – acontece quando a preparação se encontra com a oportunidade.

– Só isso? – tinha perguntado o entrevistador.

– Só isso – tinha respondido Lucas.

Então, tinha tirado o microfone da lapela, levantara-se e saíra do estúdio, passando à frente das câmaras.

O que não tinha acrescentado fora que, para chegar àquele ponto, um homem não podia permitir que nada, absolutamente nada, se interpusesse no seu caminho.

Lucas franziu o sobrolho, afastou a cadeira de couro da secretária enorme de madeira de pau-santo e olhou, sem ver, pela janela que dava para o centro de Manhattan.

Voltou a concentrar-se no presente e em como raios ia cumprir agora aquela premissa. Tinha de haver uma maneira. Tinha aprendido anos antes a importância de não permitir que nada se interpusesse entre um homem e os seus objectivos, quando era uma criança de sete anos, um menino sujo e faminto que vivia nas ruas do Rio de Janeiro. Roubava carteiras aos turistas, comia dos caixotes do lixo dos restaurantes, dormia nos becos e nos parques, embora, na verdade, não se conseguisse dormir muito quando se tinha de estar atento a cada som e a cada passo.

Antes disso, só tinha a sua mãe. Então, uma noite, um homem que ela levara para a barraca olhara para Lucas, o qual tentava tornar-se invisível num canto, e dissera que não ia pagar para ir para a cama com uma prostituta com o filho a ver.

No dia seguinte, a mãe de Lucas levara-o até às ruas sujas de Copacabana, dissera-lhe que se portasse bem e deixara-o lá.

Nunca mais voltara a vê-la.

Lucas aprendera a sobreviver. A correr quando a polícia aparecia. Mas, uma noite, Lucas não conseguira correr. Estava doente, delirante de febre, desidratado após ter vomitado o pouco que tinha no estômago.

Estava condenado.

Mas, na verdade, não estava.

Naquela noite, a sua vida mudara para sempre.

Naquele dia, estava com a polícia uma assistente social que gostava do seu trabalho. Levou-o para uma das poucas organizações que viam os meninos de rua como seres humanos. Lá, encheram-no de antibióticos e de sumo de fruta, e, quando foi capaz de comer, deram-lhe comida. Deram-lhe banho, cortaram-lhe o cabelo e vestiram-lhe roupa que lhe ficava grande, mas isso não importava.

Lucas não era estúpido. De facto, era muito inteligente. Tinha aprendido sozinho a ler e a fazer contas. Agora, devorava os livros que lhe emprestavam, observava como os outros se comportavam, aprendera a falar apropriadamente, a recordar que devia lavar as mãos e os dentes, a agradecer e a pedir as coisas.

E aprendera a sorrir.

Isso fora o mais difícil. Sorrir não fazia parte de quem era, mas aprendera.

As semanas e os meses passaram, e, então, aconteceu outro milagre. Um casal norte-americano passou por lá, falou com ele e o que soube a seguir foi que o levavam para um sítio chamado Nova Jersey, e que agora era filho deles.

Deveria ter suposto que não duraria.

Lucas tinha agora muito bom aspecto. Cabelo pre to, olhos verdes, pele dourada. Cheirava bem. Falava bem. No entanto, no seu interior, a criança que não confiava em ninguém estava à defesa. Odiava que lhe dissessem o que tinha de fazer e o casal de Nova Jersey acreditava que as crianças deviam fazer o que lhes ordenassem.

As coisas tinham-se estragado rapidamente.

O seu pai adoptivo dizia que não era agradecido e tentou incutir-lhe gratidão à base de violência. A sua mãe adoptiva dizia que estava possuído pelo demónio e exigia-lhe que pedisse misericórdia de joelhos.

Finalmente, disseram que nunca conseguiriam nada dele. Quando fez dez anos, levaram-no até um edifício cinzento enorme e entregaram-no aos Serviços Sociais.

Lucas passou os oito anos seguintes a saltar entre casas de acolhimento. Duas ou três eram boas, mas o resto... Mesmo agora, em adulto, apertava os punhos quando recordava algumas coisas pelas quais ele e outros tinham tido de passar. O último sítio era tão horrível que à meia-noite do dia em que fizera dezoito anos colocara as poucas coisas que tinha num saco, pendurara-o ao ombro e saíra de lá. Mas tinha aprendido a que seria a lição mais importante da sua vida.

Sabia exactamente o que queria: Respeito. E também sabia que o respeito chegava quando um homem tinha poder. E dinheiro. Ele queria as duas coisas.

Trabalhou arduamente nos campos de Nova Jersey durante o Verão e fez todos os trabalhos manuais que conseguiu arranjar durante o Inverno. Conseguiu acabar o ensino secundário porque nunca deixara de ler e a leitura levava ao conhecimento. Entrou numa universidade pública, assistiu às aulas quando estava exausto e morto de sono. Se a isso acrescentasse umas maneiras aceitáveis e a roupa que cobria o corpo musculado e esbelto do homem em que se transformara, o caminho para o topo parecia, de repente, possível. Mais do que possível. Era factível. Com trinta e três anos, Lucas Vieira tinha tudo.

«Ou quase», pensou, com ironia, naquele dia que começara com um café mau e uma secretária inepta. E só podia culpar-se a si mesmo.

Sentiu um acesso de raiva ao levantar-se e percorrer o seu escritório enorme.

Aquele ataque repentino de fúria era um mau sinal. Aprender a conter as emoções também era necessário para conseguir o sucesso. Mas não era tão mau como o facto de não ter percebido que a sua actual amante estava a ver de forma pouco realista aquilo a que ela chamava «relação».

Para Lucas, não tinha passado de uma aventura.

Mas, fosse o que fosse, agora estava à beira da desgraça. Ia perder a oportunidade de comprar a empresa de Leonid Rostov, avaliada em vinte mil milhões de dólares. Todos queriam os activos de Rostov, mas Lucas mais do que ninguém. Acrescentá-los ao seu império formidável faria com que compensasse o quanto tinha trabalhado para se tornar quem era.

Alguns meses antes, quando correra o rumor de que Rostov queria vender e que viria a Nova Iorque, Lucas correra um risco. Não enviara cartas nem propostas a Rostov. Não telefonara para o seu escritório de Moscovo. O que fizera fora enviar-lhe uma caixa de charutos cubanos, porque o russo aparecia em todas as fotografias com um charuto na boca, e um cartão-de-visita, em cujo verso tinha escrito: «Jantar no hotel Palace de Nova Iorque no próximo sábado, às oito».

Rostov tinha mordido o anzol.

Desfrutaram de um jantar agradável num reservado. Não falaram de negócios. Lucas sabia que Rostov estava a pô-lo à prova. O russo comia e bebia abundantemente. Lucas comia pouco e fazia com que os copos lhe durassem muito. No fim da noite, Rostov deu-lhe uma palmada nas costas e convidou-o para ir a Moscovo.

Agora, depois de viagens intermináveis de ida e volta, e negociações árduas através de tradutores, já que Rostov falava mal inglês, o russo estava outra vez em Nova Iorque.

– Comeremos juntos mais uma vez, Lucas, com uma garrafa de vodca, e, depois, transformar-te-ei num homem feliz.

Só havia um problema. Rostov ia levar a esposa. Ilana Rostov unira-se a eles da última vez que Lucas estivera em Moscovo. Tinha um rosto belo, embora alterado cirurgicamente. Mexia-se no meio de uma nuvem de perfume e dos lóbulos das orelhas pendiam-lhe uns brincos de diamantes que pareciam lustres do teatro Bolshoi. Falava inglês fluentemente e naquela noite fizera de tradutora para o seu marido.

E também pusera a mão no colo de Lucas sob a toalha.

Lucas tinha conseguido superar o jantar sem saber como. O tradutor que ele tinha contratado para aquela noite não se apercebera de nada e Rostov também não.

E o russo voltaria a levar a mulher naquela noite.

– Nada de tradutores – garantira, com firmeza. – Os tradutores são funcionários. Mas, é claro, podes levar uma mulher. Embora a minha Ilana se encarregue tão bem de ti como de mim.

Lucas estivera prestes a rir-se, porque tinha um trunfo na manga. Chamava-se Elin Jansson. Elin, que tinha nascido na Finlândia, falava russo fluentemente. Era modelo e a actual amante de Lucas. E servir-lhe-ia de protecção contra Ilana Rostov.

Lucas gemeu, aproximou-se da janela que havia atrás da secretária e apoiou a testa contra o vidro frio. Parecia tudo muito simples. Devia tê-lo imaginado. A vida nunca era simples.

– Senhor Vieira?

Lucas virou-se. A sua assistente temporária sorriu, nervosa, da porta. Era jovem e fazia um café horrível, mas o pior de tudo era que, dissesse o que dissesse para que se sentisse cómoda, continuava aterrorizada. Naquele preciso momento, parecia desejar que a terra a engolisse. E não era de estranhar. Lucas tinha dado ordens precisas de que não o incomodasse.

– O que se passa, Denise?

– O meu nome é Elise, senhor – a jovem engoliu em seco. – Telefonei-lhe, mas o senhor não... – voltou a engolir em seco. – O senhor Rostov telefonou. Disse-lhe que estava ocupado, tal como me pediu. E disse-me que o avisasse de que a senhora Rostov e ele poderiam atrasar-se alguns minutos e...

Não continuou a falar. – Já mo disseste – murmurou Lucas, crispado. – Mais alguma coisa?

– Eu só... queria saber se devia telefonar para o restaurante e... avisar que serão apenas três a jantar.

Aquilo ia de mal a pior. Saberia o mundo inteiro o que tinha acontecido?

– Pedi-te que o fizesses?

– Não, senhor, só que pensei...

– Não penses. Limita-te a fazer o que te digo – a jovem ficou atónita. Bolas, ainda bem que ia controlar as suas emoções! – Lamento ter-te falado assim, Denise.

– O meu nome é Elise – repetiu ela, com a voz trémula. – E não tem de se desculpar, senhor. Eu só... Quer dizer, sei que está triste.

– Não estou – garantiu Lucas, forçando um sorriso, como quando era criança. – Porque haveria de estar?

– Bom, a menina Jansson... Quando esteve aqui há pouco – voltou a engolir em seco, – o senhor Gordon estava na minha secretária. Não pudemos evitar ouvi-lo. Não pude evitar que a menina Jansson passasse à minha frente e, depois, quando entrou no seu escritório...

– Portanto, tinha público – murmurou Lucas, entredentes. – E os funcionários dos outros andares? Também estavam a ouvir?

– Não sei, senhor Vieira. Posso perguntar, se for o que...

– O que quero – interrompeu-a – é que nunca mais voltes a mencionar este assunto. Nem comigo, nem com ninguém, está claro?

A jovem assentiu.

Lucas pensou que aumentaria o salário da sua secretária habitual quando regressasse de férias se lhe jurasse que nunca mais voltaria a deixar o lugar sob nenhuma circunstância.

– Sim, senhor. E quero que saiba como lamento que o senhor e a menina Jansson...

– Volta para a tua secretária! – exclamou ele. – E não voltes a interromper-me, se não quiseres acabar nos Recursos Humanos a receber o teu cheque, entendeste?

Aparentemente. Denise, Elise ou como raios se chamava, foi-se embora e fechou a porta atrás dela. Lucas deixou-se cair na cadeira, inclinou a cabeça para trás e ficou a olhar para o tecto.

Fantástico! Dentro de algumas horas ia encontrar-se com um homem que falava mal inglês e com uma mulher que só queria seduzi-lo. Não tinha tradutor e, agora, a sua vida privada era tema de conversa entre os seus empregados.

E porque não haveria de ser? Elin tinha feito uma cena, exigindo saber quem era aquela «loira tola», enquanto atirava uma fotografia sobre a sua secretária. «Apareceu na Internet, numa página de mexericos», dissera-lhe. Bastara-lhe uma olhadela para ver que se tratava de um milagre do Photoshop, mas estava tão bem feito que a «loira tola» parecia estar em cima dele.

Lucas levantara o olhar, sorrindo, para dizer exactamente isso a Elin. Mas, então, vira os seus olhos frios, os lábios franzidos e, de repente, os detalhes tinham adquirido importância. A bolsa de maquilhagem de Elin, que deixara numa gaveta da cómoda. As calças de ganga, a t-shirt e os ténis que havia no armário. «Para poder voltar às sete horas da manhã para a minha casa, sem levantar suspeitas», dissera-lhe, num sussurro.

«Que estúpido!», pensou Lucas. Não importaria a Elin o que diriam. Além disso, metade das mulheres de Manhattan entrava em táxis ao início da manhã, vestidas com a mesma roupa da noite anterior.

E, talvez, a parte mais óbvia daquela mentira fosse que podia contar pelos dedos de uma mão a quantidade de vezes que Elin ou qualquer outra mulher tinha dormido na sua cama a noite inteira.

Lucas não era partidário disso. O sexo era o sexo e o sono era o sono. Uma coisa fazia-se com uma mulher e a outra, sozinho.

– Parece-te divertido teres-me enganado? – Elin apoiara as mãos na cintura. – Estou à espera de uma explicação.

Lucas levantara-se. Elin era alta, mas ele tinha um metro e noventa.

– Eu não engano – dissera, com frieza. – E eu não dou explicações. Nem a ti, nem a ninguém.

Ela ficara muito quieta. Então, ele explicara-lhe com calma como eram as coisas entre eles. Estavam a ter uma aventura, mas mais nada.

Elin gritara-lhe qualquer coisa em finlandês. Algo que, sem dúvida, não era um elogio. E, um segundo depois, partira.

«Não faz mal», pensou Lucas. De facto, há muito tempo que deviam ter-se afastado. Mas, então, impôs-se a realidade.

O jantar. Leonid Rostov. A sua esposa. Durante um instante, Lucas pensou em ir atrás de Elin e perguntar-lhe se aquilo significava que não ia jantar com ele naquela noite.

Dirigiu-se para o armário de madeira de pau-santo que havia do outro lado do escritório, abriu-o e tirou um copo de balão e uma garrafa de uísque de malte.

A culpa era sua. Devia ter evitado misturar os negócios com o prazer, mas, na altura, parecera-lhe perfeito. Uma mulher bela e sofisticada que saberia que garfo utilizar enquanto traduzia a conversa. Onde raios conseguiria encontrar uma mulher assim àquela hora da noite?

– Se... Senhor Vieira.

– Bolas... – murmurou Lucas, dirigindo-se para a porta.

A sua assistente estava a tremer. Ao lado dela encontrava-se Jack Gordon. Lucas contratara-o há um ano. Gordon era brilhante e inovador. No entanto, Lucas perguntava-se às vezes se não haveria mais em Gordon do que o que se via à primeira vista. Ou, talvez, menos.

Lucas virou a cabeça. Elise recuou e fechou a porta. Lucas olhou com frieza para Gordon.

– É bom que valha a pena.

Gordon empalideceu, mas manteve-se firme. Lucas não pôde evitar admirá-lo por isso.

– Senhor, acho que quando ouvir o que tenho a dizer...

– Di-lo e, depois, sai daqui.

Gordon respirou fundo.

– Isto não é fácil – voltou a respirar fundo. – Sei o que aconteceu entre si e a menina Jansson. Mas, espere, não estou aqui para falar disso.

– É bom que não.

– Supunha-se que ela iria consigo esta noite. À reunião – apressou-se a explicar Gordon. – Na segun da-feira de manhã, mencionou que Rostov não queria tradutores profissionais, portanto, ele falaria consigo através da sua mulher e...

– Vai directo à questão.

– Conheço alguém que fala russo fluentemente.

– Talvez não tenhas ouvido bem tudo o que disse na segunda-feira – disse Lucas. – Rostov não quer que haja nenhum funcionário presente esta noite. É como considera os tradutores oficiais.

– Dani pode fingir que é a sua acompanhante. Lucas franziu o sobrolho.