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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2011 Barbara Hannay. Todos os direitos reservados.

O SEGREDO DE GRAY, N.º 1376 - maio 2013

Título original: Rancher’s Twins: Mom Needed

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2013

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® Harlequin, logotipo Harlequin e Bianca são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-2955-8

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Capítulo 1

 

Tinham adormecido. Finalmente.

Holly susteve a respiração, enquanto fechava o livro de histórias e saía do quarto com o máximo silêncio. Aquelas crianças conseguiam dormir profundamente, apesar do barulho do trânsito de Nova Iorque mas, ao mínimo barulho no interior do apartamento, acordavam em pânico.

Para seu alívio, dormiam placidamente no beliche, abraçadas aos seus peluches preferidos: Anna, a um coala e Josh, a um canguru.

Holly chegou à porta e apagou a luz. Pela primeira vez, não houve protestos. Só um bendito silêncio.

Atravessou o corredor em bicos de pés... E o silêncio continuou. Com sorte, seria uma boa noite, sem pesadelos, nem colchões molhados. No último mês, houvera muito poucas noites boas.

Antes de conseguir suspirar, aliviada, o telemóvel tocou.

«Não!» Com a rapidez de um raio, entrou no seu quarto e fechou a porta.

O ecrã indicava quem lhe ligava. Era Brandon, o seu namorado. «Fabuloso!»

– Olá, Brand – sussurrou.

Não lhe chegava nenhum som do quarto ao fundo do corredor, portanto, sentou-se na cama.

– Porque sussurras, Holly?

– Acabo de fazer com que os gémeos adormecessem.

Brandon suspirou.

– Como passaram a semana?

– Um pouco melhor.

– Isso é fantástico!

Holly não descreveria o leve avanço das crianças como «fantástico», mas não ia corrigi-lo. Ele apoiara-a muito depois da morte repentina e trágica da sua prima, Chelsea.

– Ouvi a tua mensagem – comentou ele.

Holly recostou-se nas almofadas e alegrou o seu tom de voz.

– O que achas? Consegues ter o fim de semana livre?

Fez figas, enquanto esperava pela resposta. «Vem, Brand, por favor. Preciso de ti.»

A família de Brandon possuía uma quinta de produção de leite em Vermont e o pai não estava muito bem de saúde, portanto, a responsabilidade de administrar os negócios recaíra inteiramente nele.

Holly sabia que ir vê-la a Nova Iorque outra vez, tão cedo, era pedir muito. No mês passado, depois da morte de Chelsea, ele tirara quase uma semana inteira para estar ao seu lado e ajudá-la com as crianças. Algo admirável e que a surpreendera muito gratamente. Desde que saíra de Vermont para ir estudar em Nova Iorque, assumira que, se quisesse ver o namorado, devia ser ela a fazer um esforço. Holly também crescera numa quinta idêntica, portanto, compreendia o trabalho que exigia. Apesar de tudo, só conseguia ver Brandon algumas vezes durante o ano.

Se se encontrassem no fim de semana, assegurar-se-ia de que passavam algum tempo a sós. Brandon e ela namoravam desde o liceu, há quase seis anos. Dentro de pouco tempo, acabaria os estudos, Anna e Josh iriam para a Austrália com o pai e ela regressaria a Vermont, para assentar com Brandon.

Conseguia imaginar claramente a sua vida a dois. Ele iria ocupar-se das vacas, enquanto ela trabalhava na escola local, teriam de conciliar o trabalho com a vida pessoal e, em algum momento, teriam a sua própria família, crianças loiras como o pai.

Aquela imagem fazia-a muito feliz. Pensar no namorado fazia-a sentir-se protegida e em casa. Talvez aquele não fosse o ideal de muitas raparigas, mas ela não procurava um namorado que despertasse a sua paixão. A prima Chelsea, a mãe dos gémeos, correra esse risco e o resultado fora um divórcio e o coração partido.

– Não me parece que consiga ir neste fim de semana – anunciou Brandon.

Holly reprimiu um suspiro.

– Entendo, querido, mas...

– Entendes mesmo? – interrompeu-a, com impaciência inesperada. – Porque eu não entendo porque estás a complicar tudo, Holly. O pai das crianças vai buscá-las, finalmente, porque precisas de mim?

– Seria agradável ter-te por perto, só isso. Passei um mês a cuidar delas e agora vamos separar-nos.

Conteve outro suspiro. Os gémeos estavam em casa, no dia em que Chelsea sofrera o enfarte e fora Josh, com seis anos, que chamara corajosamente a ambulância. Não só tinham perdido a mãe, como também tinham sofrido um trauma horrível. Os pesadelos de Anna eram aterradores.

Holly teria de explicar tudo aquilo ao pai deles, para além das necessidades e costumes, e seria muito mais fácil se o namorado, que lhe dava segurança, também estivesse ao seu lado. Como uma âncora ou uma rede de segurança.

– De facto, não vou neste fim de semana.

O repentino nervosismo de Brandon, afastou Holly dos seus pensamentos. Ele nunca ficava nervoso.

– Tenho de te dizer uma coisa... – acrescentou e pigarreou. – Não quis dizer-te antes, por causa de Chelsea e tudo isso...

Pigarreou novamente.

Holly sentiu um aperto no coração. Estava a tentar acabar com ela?

Lembranças de valor incalculável surgiram na sua mente. O baile do liceu, onde se tinham conhecido; a mesa da cozinha, onde a ajudava com os trabalhos de casa; a textura familiar dos lábios; o relicário em forma de coração, que lhe oferecera no dia de São Valentim há três anos; a sensação gostosa de encostar o nariz no seu pescoço, quando a abraçava; a segurança que sempre sentira ao lado dele...

Um pânico asfixiante invadiu-a. Não suportava a ideia de o perder, especialmente, depois de ter perdido Chelsea. O medo fê-la sentir um nó no estômago.

– Concordas que a nossa relação não funciona – indicou Brandon.

– A que te referes?

– Só nos vemos algumas vezes por ano.

– Mas já quase acabei os meus estudos – recordou-lhe, quase como um rogo. – Em breve, regressarei a casa e poderemos...

– Lamento, Holly. A questão é que... Conheci outra pessoa.

Capítulo 2

 

Quando o táxi parou à frente do bloco de apartamentos de Manhattan, Gray Kidman recordou a primeira vez que estivera ali. Na altura, era um noivo cheio de amor, segurança e esperança, que não sabia que a certa altura lhe partiria o coração.

Mas agora, sabia porque estava ali, conhecia os desafios e a possibilidade de fracassar.

Saiu do táxi e levantou o olhar para o apartamento onde os filhos o esperavam. O coração acelerou. Estava tão nervoso, que a mão tremeu e mal conseguiu tocar à campainha.

As crianças atenderam imediatamente.

– Olá, papá!

Fechou os olhos, embargado pela emoção ao ouvir as vozes dos filhos. Passara três longos meses à espera daquele momento. Primeiro, a temporada de inundações impedira-o de sair do rancho e depois partira um tornozelo, ao tentar atravessar a enchente de um rio.

– Bom dia, campeões – cumprimentou.

– Eu abro a porta! – gritou Anna, contente.

– Eu já abri – anunciou Josh, igualmente emocionado.

Gray sorriu e as portas abriram-se, dando-lhe acesso ao vestíbulo do edifício. Pôs a mochila ao ombro e entrou ainda a coxear levemente. Chamou o elevador.

Em breve, veria os filhos...

O seu coração acelerou. Tratar de Anna e Josh sozinho era uma tarefa árdua, talvez o desafio mais difícil que teria de enfrentar. Queria o melhor para eles, um lar seguro e agradável, uma família que os amasse e a melhor educação possível.

Ironicamente, já tinham tido tudo isso. Aquele bloco de apartamentos era seguro e moderno, estavam a cargo da prima da ex-mulher, Holly, uma ama excelente, viviam perto dos avós e estudavam numa das melhores escolas do país.

Ficou com o coração partido, quando a esposa se fora embora do rancho, levando as crianças, mas vira-se obrigado a aceitar que Anna e Josh estavam melhor em Nova Iorque, do que no remoto Outback australiano.

No entanto, ali estava novamente, para levar os gémeos para o lugar de onde a mãe fugira. Não tinha outra opção. O rancho era a sua única maneira de ganhar vida.

Temia que não fosse o suficiente para eles.

O elevador subiu para o terceiro andar e, quando as portas se abriram, os filhos já estavam à espera.

– Papá! – exclamou Anna, precipitando-se para ele.

Gray deixou a mochila no chão e pegou nela ao colo, enquanto ela lhe abraçava o pescoço.

– Olá, papá! – cumprimentou Josh, olhando para ele.

Gray baixou-se, sentou Anna num joelho e abraçou o filho. Que homenzinho tão corajoso, que chamara a ambulância ao ver a mãe desmaiada.

Que maravilha estar com eles... Finalmente...

Preocupara-se, pensando que ia encontrá-los tristes e apagados, mas pareciam estar felizes, percebeu, aliviado.

– Isto é que são umas boas-vindas – disse alguém, alegremente.

Gray levantou o olhar e viu Holly O’Mara, a prima de Chelsea, à porta do apartamento. Sorriu, emocionado. Levantou-se, fazendo uma careta de dor por causa do tornozelo e estendeu a mão.

– Olá, Holly!

– Fico feliz por te ver, Gray.

Não conhecia bem aquela jovem. Quando se tinham encontrado numa reunião familiar, ela sempre se mantivera em segundo plano, como se se sentisse melhor sozinha, portanto, nunca se aproximara para conversar com ela. Além disso, estava a preparar-se para se tornar professora de línguas e devia ser tão culta como a ex-mulher. Pensou que seria outra mulher que lhe recordaria as suas deficiências educativas, mas não podia negar que lhe devia muito. Ficara com as crianças sozinha, durante três meses longos e difíceis.

Com os gémeos colados às suas pernas, seguiu Holly para o interior do apartamento. E, repentinamente, apercebeu-se de que nunca mais voltaria a ver a sua bela ex-mulher.

Era uma loucura sentir aquilo, naquele momento. Já chorara a sua perda há três anos, quando o deixara e, chegado o momento, seguira em frente com a sua vida, encontrando consolo num cinismo saudável pelo casamento.

Contudo, naquele momento, a sensação de perda embargou-o.

«Não percas as forças à frente das crianças», ordenou a si mesmo.

– Fizeste uma viagem muita longa – disse Holly, amavelmente. – Porque não vais para o salão e pousas a bagagem? Fiz café.

Gray agradeceu a normalidade e familiaridade das boas-vindas.

– Obrigado – disse. – Obrigado por tudo, Holly.

Os seus olhares encontraram-se e houve uma ligação inesperada. Holly sorria, mas Gray pensou ver lágrimas nos seus olhos escuros e sentiu um nó na garganta.

– Vamos, crianças, mostrem-me o caminho – pediu.

Holly obrigou-se a sorrir, até Gray e as crianças se afastarem pelo corredor. No entanto, a sós na cozinha, teve de conter as lágrimas.

Tinham passado dois meses desde que acabara com Brandon, mas a chegada de Gray fizera-a reviver as coisas. E, para o caso de ser pouco, sentia-se tensa com aquele encontro.

Estava muito feliz por Anna e Josh. Compreendia que precisavam do pai e era maravilhoso vê-los tão emocionados, mas não sabia se suportaria vê-los a ir para a Austrália. Gray tinha todo o direito de os levar para casa e não havia dúvida de que os amava. Vira a emoção no seu rosto ao abraçá-los, depois de tanto tempo. E também sentira vontade de chorar.

Até então, não estivera consciente de como se tornara frágil depois da pressão emocional dos últimos três meses.

As crianças e ela tinham vivido muitas coisas juntos e tinham-se unido incrivelmente. Perante a morte tão repentina de Chelsea, todos tinham perdido as forças, mas descobrira uma sensibilidade e uma sabedoria que não sabia que possuía.

Embora os pais de Chelsea vivessem perto, tinham-se sentido tão afetados que lhe tinham cedido a tarefa de cuidar dos netos, o que fez com prazer, até o pai ir buscá-los.

Olhando para trás, Holly não sabia muito bem como conseguira. Num muito curto espaço de tempo, perdera Chelsea, sua prima e melhor amiga e, depois, Brandon. Ter-se-ia escondido de tudo durante algumas décadas, se não fosse porque as necessidades de Anna e Josh eram ainda maiores do que as suas.

Para poder dar-lhes o amor e a atenção de que necessitavam, vira-se obrigada a deixar de lado o coração partido.

Portanto, de certo modo, as crianças tinham-na salvado. E era difícil aceitar que o seu papel naquela pequena equipa estava prestes a acabar. Não se imaginava a viver sem as crianças.

 

 

– Olha, papá – disse Anna, levantando o lábio superior e mostrando um vazio, orgulhosa.

– Ena, falta-te um dente.

– Deixei-o debaixo da minha almofada e a Fada dos Dentes apareceu – explicou e olhou para o irmão. – Josh ainda tem todos.

Gray viu o olhar envergonhado do menino.

– Josh deve ter dentes mais fortes – sugeriu.

O menino sorriu, agradecido.

– Trouxe-vos um presente – informou Gray, tirando um pequeno embrulho do saco de viagem. – É um jogo para partilharem, cartas com fotografias do Outback australiano.

Os gémeos tinham três anos quando se tinham ido embora e duvidava que se recordassem.

Foi pondo as cartas na mesa, fotografias brilhantes de cangurus, árvores-da-borracha e amplas planícies vermelhas sob um céu azul, intenso.

– Vais levar-nos para lá? – perguntou Josh.

Gray assentiu.

– A tua casa é como esta? – inquiriu Anna, com preocupação, apontando para a imagem de uma casa velha, com telhado de metal e isolada no meio do deserto.

– Mais ou menos – admitiu. – Mas nós temos mais árvores e um jardim muito bonito.

Sentia-se como um agente imobiliário, a tentar vender uma propriedade com pouco valor.

– O meu rancho está pintado de branco e tem muitos anexos – e acrescentou: – Barracões para a maquinaria, armazéns e casas para os cobóis.

Deveria ter trazido fotografias de Jabiru Creek, em vez daquelas genéricas.

– Poderemos montar a cavalo? – perguntou Josh.

O seu entusiasmo contrastou enormemente com o terror de Anna. Gray sentiu um aperto no coração. A filha era igual à mãe. Era delicada e, naquele momento, estava igualmente preocupada e triste.

– Tenho um pónei muito bom, que podes aprender a montar – replicou a Josh e virou-se para Anna. – Mas tu não terás de o fazer, se não quiseres.

Tentou animá-la, piscando-lhe o olho, mas a menina estava cada vez mais preocupada. Bolas, não tinha nenhuma experiência com crianças e a coisa mais tonta podia transformar-se de repente num problema enorme.

Holly, que entrara com uma cafeteira e duas chávenas, agarrou na fotografia de um lago a refletir o céu.

– Olha, Anna, não é lindo?

Por cima das cabeças dos gémeos, os seus olhos expressivos enviaram uma mensagem silenciosa a Gray. Tinham de mudar de assunto.

– No teu rancho, tens lugares tão bonitos como este? – acrescentou.

– Claro que sim.

– E podemos tomar banho? – continuou, tentando animá-lo.

«Não, a menos que queiramos arriscar-nos a ser devorados por um crocodilo», pensou.

– Perto de casa há uma represa, onde é possível tomar banho – respondeu.

«Quando não está muito calor nem está enlameado.»

Acariciou o braço da filha e sentiu um aperto no coração. Detestava a ideia de ela se sujar de lama, de se queimar ou de se ver submetida a um dos múltiplos perigos do ambiente difícil que era o seu lar. Seria capaz de cuidar dela adequadamente? Tentou dizer algo positivo.

– Gostas de cachorrinhos, Anna? Tenho uma cadelinha que, quando chegarmos a casa, já deve ter tido uns três ou quatro.

Anna esbugalhou os olhos.

– E estão todos na barriga da mamã? Como Josh e eu estivemos?

Gray ficou tenso, pensado que a filha começaria a chorar ao mencionar a mãe. O que devia fazer e dizer?

Holly falou por ele.

– Sim, Anna. Os cachorrinhos estão juntos, na barriga da sua mamã – respondeu, com tranquilidade, como se não tivesse acontecido nada estranho ou perigoso. – Se houver três cachorrinhos, serão trigémeos.

Para surpresa de Gray, Anna sorriu, claramente contente com a resposta de Holly.

– E se forem brincar um pouco, enquanto o papá bebe o café? – sugeriu Holly. – Levem as cartas para o vosso quarto. Aviso-os assim que o almoço estiver pronto.

– O papá vai almoçar connosco? – inquiriu Josh.

– Claro. Vai ficar aqui alguns dias.

Satisfeito, o menino pegou nas cartas e foram para o quarto, felizes.

Gray olhou para Holly, com um sorriso de surpresa.

– Fizeram o que pediste. São sempre tão obedientes?

Ela riu-se.

– Nem pensar! Embora comecem a melhorar cada vez mais – respondeu e deu-lhe a chávena. – Bebe enquanto está quente.

Gray agradeceu e bebeu um gole. O café era forte e de muito boa qualidade.

Observou dissimuladamente Holly. Tinham-se visto poucas vezes, mas podia apostar que ela estava diferente. O rosto teria mudado? Seria por isso que os olhos pareciam maiores, a boca mais carnuda e as maçãs do rosto mais marcadas? Ou seria a expressão que era diferente?

Não saberia dizer, mas percebia uma profundidade em que não reparara antes. Os últimos três meses deviam ter sido muito difíceis para ela, sem dúvida, e tivera de amadurecer depressa.

Fosse o que fosse, assentava-lhe muito bem. E era evidente que cuidara muito bem dos gémeos.

– Espero que saibas como estou agradecido por cuidares das crianças – comentou. – Não deve ter sido fácil, fazer tudo isto depois de Chelsea...

Holly assentiu.

– Houve momentos difíceis, mas tudo melhora de dia para dia.

Gray pensou, com certa ansiedade, quais teriam sido os momentos difíceis que tinha superado. Ficou em silêncio, perdido na sua preocupação, enquanto bebiam o café.

– Como está o teu tornozelo? – inquiriu Holly.